Competição entre Ambev e Heineken no Brasil segue acirrada, diz XP
A briga entre a Ambev (ABEV3) e a Heineken pelo mercado brasileiro segue acirrada, disse a XP Investimentos. Ambas as cervejarias recentemente reportaram seus balanços do segundo trimestre de 2020, comprovando mais uma vez que o setor foi severamente impactado pelas medidas de isolamento impostas para conter a pandemia de covid-19.
“Entendemos que a competição segue acirrada no Brasil. A Ambev reportou seu resultado na semana passada, com margens pressionadas conforme o esperado, mas registrou uma surpresa positiva no volume de Cerveja Brasil, que caiu apenas 1,6% no comparativo anual, versus as expectativas do mercado de -15%”, destacou Betina Roxo, analista de Alimentos e Bebidas da corretora.
No caso da Heineken, a receita líquida caiu 16,4% no primeiro semestre, prejudicada pela intensificação das restrições relacionadas ao coronavírus no segundo trimestre. Apesar da queda no volume de vendas, a companhia destacou que os números começaram se recuperar gradualmente em junho. No Brasil, o volume de cerveja caiu um dígito baixo, conseguindo superar o mercado local.
Um longo caminho pela frente
A Ambev conseguiu surpreender a equipe de análise do UBS com seus resultados, mas não o suficiente para que a recomendação de venda e o preço-alvo de R$ 11 da ação fossem alterados.
De acordo com o banco, o coronavírus continuará pressionando os ganhos da empresa mesmo após a pandemia, principalmente sobre o segmento premium.
“O aumento de casos, a potencial retomada das medidas de isolamento social e a incerteza macro devem restringir a estabilização do lucro ao longo de 2021”, afirmou o UBS.
Os analistas revisaram as estimativas sobre a cervejaria. Agora, o lucro por ação (LPA) esperado é de R$ 0,47 e de R$ 0,72 para 2020 e 2021, respectivamente. As vendas líquidas devem crescer 3% e 5,3%, enquanto as margens Ebitda atingirão 33,6% e 39,5%.