Competição e ambiente macro dificultam altas de preços em educação, diz Cogna (COGN3)
A indústria de educação do Brasil está procurando nos últimos meses elevar preços de cursos, mas o cenário de competição ferrenha e fraqueza econômica das famílias tem criado dificuldades para as empresas, afirmou o presidente da maior empresa no setor, Cogna (COGN3), nesta sexta-feira.
“Alguns grupos começaram com intenção de subir os tíquetes (preços) médios, mas isso se deteriorou ao longo do ciclo de captação de alunos e na segunda metade do ciclo vimos mais descontos…pela concorrência e pelo contexto econômico”, afirmou Roberto Valério Neto, em conferência com analistas.
A Cogna divulgou na noite da véspera prejuízo maior no terceiro trimestre, mas com crescimento da receita da unidade de ensino superior, Kroton, o primeiro após mais de três anos.
Segundo o executivo, o mercado está lidando com uma “inelasticidade de preços” em que “não adianta mais baixar preço porque não traz mais volume (de alunos)”.
Por conta disso, a Kroton tem focado em melhorar as safras de captação com alunos que possam permitir aumento de receita da empresa.
O executivo avalia que em 2023 há espaço para melhora nos índices de inadimplência da alunos da Kroton, o que deve ajudar a melhorar margens de lucro da companhia.
Perguntado sobre as perspectivas da empresa com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023, Valério Neto afirmou que a Cogna vai participar de “todos os programas” educacionais que forem propostos e que a empresa tem capacidade para crescer a base de alunos sem precisar de grandes investimentos.
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