Compasso de espera nas bolsas: expectativa para a Super Quarta dos BCs mantém mercados na defensiva; veja os destaques do dia

O compasso de espera é um jargão musical, mas o termo extrapolou as partituras por causa de sua versatilidade. Originalmente, ele define as pausas de um instrumento em uma música. Nos mercados financeiros, ilustra com perfeição as pausas que mantêm os investidores… bem… em compasso de espera.

As principais bolsas de valores do mundo ocidental amanheceram com leves oscilações nesta terça-feira. No geral, o tom até que é levemente positivo, mas parece improvável que ocorra alguma mudança drástica até o meio da tarde de amanhã. Compasso de espera longo este.

Isso porque estão previstas para a quarta-feira as decisões dos comitês de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil. Os participantes do mercado acham que já sabem o que vai acontecer.

Do Fed, espera-se a manutenção das taxas básicas de juros nos níveis atuais. Do BC brasileiro, a expectativa é de um corte de 50 pontos-base na taxa Selic,para 12,75% ao ano.

Atenção maior será dada aos comunicados e eventuais sinalizações das autoridades monetárias em relação a seus passos no futuro próximo.

Enquanto as decisões de juros não vêm, os investidores monitoram a revisão para baixo da inflação ao consumidor na zona do euro, os números do IBC-Br em julho, as altas do petróleo e do minério de ferro e o novo passo do governo paulista para a privatização da Sabesp.

Para saber como esse compasso de espera interfere em seus investimentos, acompanhe a cobertura de mercados do Seu Dinheiro.

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O que você precisa saber hoje

QUEM SABIA DA FRAUDE?
Novela da Americanas (AMER3) com Bradesco (BBDC4) tem novo capítulo: varejista reúne novas evidências sobre omissão da antiga diretoria. A companhia anexa evidências em processo, incluindo planilha que distorcia valores de dívidas com bancos como Bradesco; veja mais. 

RISCO CARF
Petrobras (PETR4) é pressionada pelo governo a fazer acordo e pagar parte de dívida de R$ 100 bi em impostos. Os dividendos estão em risco? O ministro de Minas e Energia disse que a companhia tem obrigação de dar exemplo, mas, mesmo com eventual acordo, a estatal deve desembolsar no mínimo R$ 30 bilhões.

ORGANIZANDO A CASA
Marisa (AMAR3) quer levantar até R$ 400 milhões com reestruturação de negócio de cartões de crédito e empréstimos; ações reagem em queda na B3. A varejista de moda fechou um acordo para transferir o balcão de crédito para a Credsystem, que passará a atuar como parceira na exploração do segmento. 

FUNDOS IMOBILIÁRIOS HOJE
Dividendos zerados? Fundo imobiliário XPPR11 projeta resultado financeiro negativo e Guide alerta para riscos aos rendimentos em 2024. A última estimativa de resultados do FII mostra um resultado caixa negativo em R$ 0,26 por cota a partir de junho do próximo ano. 

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS
Outra Super Quarta dos Bancos Centrais vem aí — e o cenário de juros tende a abrir o apetite dos investidores por risco. O colunista Matheus Spiess observa que os ciclos de redução de juros costumam estar associados a uma valorização acentuada dos ativos de risco. 

DE OLHO NAS REDES

E agora, dólar? BRICS pode ter a chave para tirar a moeda norte-americana de cena e intensificar a “desdolarização” da economia mundial, revela banco — mas não será fácil. Um estudo feito pelo ING deu o caminho das pedras para quem quiser superar o dólar e se tornar o novo “rei da selva”; veja.

DESTAQUES DA BOLSA

Braskem (BRKM5) lidera altas do Ibovespa após Petrobras (PETR4) reafirmar processo de “due diligence”; Via (VIIA3) segue em queda livre. O desempenho positivo da Braskem nesta manhã vem na esteira de notícias sobre a petroleira e a venda da participação da Novonor na companhia.

ALERTA DE PROVENTOS

Dividendos e JCP: Itaúsa (ITSA4) e Tim (TIMS3) anunciam pagamento milionário aos acionistas; veja os valores por ação. Terá direito ao pagamento, previsto para ocorrer até 30 de dezembro de 2024, quem estiver na base acionária da empresa em 21 de setembro.

UM NOVO REI?

O Leão virou chefe? Receita Federal faz empresários de ‘empregados’ no Brasil, diz presidente do TCU. Para o presidente do TCU, a reforma tributária eliminará obrigações que “drenam a energia do empresário brasileiro”.

Uma boa terça-feira para você!