Companheiro Campos Neto: Presidente do Banco Central apoia reivindicações de servidores
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, manifestou apoio à mobilização de servidores da autarquia por melhoras na remuneração da categoria e disse reconhecer assimetrias em relação a outros setores do funcionalismo público.
Em evento para a apresentação do relatório trimestral de inflação do banco nesta quinta-feira (28), que contou com a presença de representantes das carreiras do BC com pedidos de valorização da categoria, Campos Neto disse que a união em prol da valorização da carreira dos servidores é mais importante do que nunca.
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Veja as reivindicações que Campos Neto apoia
Na segunda-feira (25), após saírem de reunião com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos sem data para uma contraproposta do governo para as reivindicações da categoria, os servidores do Banco Central decidiram entrar na chamada “fase 2” do movimento de operação-padrão, que já dura dois meses. De acordo com os funcionários do BC, a escalada da mobilização irá afetar entregas planejadas para o Pix e o Drex — a moeda digital da instituição.
O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) reclama do que chama de “falta de compromisso” do governo em negociar com a categoria.
Os servidores da autarquia esperavam pelo menos uma data para a contraproposta do Executivo na Mesa Específica de Negociação com os funcionários do BC.
Pix parcelado pode atrasar
Sem uma sinalização da pasta, os servidores agora irão intensificar a operação-padrão no órgão. O Sinal prevê atrasos na implementação do Pix parcelado e de outras modalidades do instrumento de pagamentos instantâneos.
“Estes atrasos poderão repercutir significativamente tanto para os serviços bancários como para o público em geral”, afirma o sindicato, em nota.
O movimento também prevê atrasos dos projetos Drex, que envolvem a introdução da nova moeda digital do banco. “Este revés poderá perturbar o progresso pretendido na modernização dos serviços financeiros”, acrescenta o Sinal.
Na pauta de reivindicações da categoria está a reestruturação da carreira do BC, com a criação de um bônus de produtividade semelhante ao implementado para a Receita Federal no atual governo.
Os servidores também pedem a exigência de ensino superior para o cargo de técnico do BC e a alteração de nomenclatura para o cargo de analista.
“Sem a reestruturação completa da carreira, os representantes dos servidores do BC preveem um inevitável desmantelamento da carreira de especialista do BC – situação que vem se agudizando na última década, com reajustes abaixo da inflação e com as crescentes assimetrias em relação a carreiras congêneres”, completa o sindicato, que também elabora listas para a entrega coletiva de cargos de liderança na autarquia.
(Com Estadão Conteúdo)