Opinião

Como usar o 13º salário para construir seu patrimônio

20 nov 2018, 17:06 - atualizado em 20 nov 2018, 1:29

Por Papo de Grana

O mais difícil para construir um patrimônio é começar. Isso porque leva tempo (anos, na verdade), e o brasileiro não tem o costume de pensar a longo prazo. Por isso, é muito comum ver pessoas gastando o dinheiro no presente em vez de planejar o uso dele no futuro. Como resultado, vemos a meta de construir um bom patrimônio deixando de ser algo viável para se tornar um sonho distante.

Mas caso você tenha percebido só agora de que precisa começar a se mexer, a boa notícia é que estamos na época de pagamento de 13º salário. Se você não tem dívidas a serem pagas com esse dinheiro, fique atento às próximas dicas, pois elas farão com que você comece a construir o seu patrimônio agora mesmo.

Use esse 13º salário. Não o próximo.

Não se boicote. O tempo é um fator determinante na construção de um patrimônio. Quanto mais cedo de você começar a investir, maior será o retorno, pois os juros compostos vão trabalhando com cada vez mais relevância. Pode parecer besteira, mas um ano pode fazer a diferença no total dos seus rendimentos.

E quanto? Tudo? Uma parte? Uma partezinha?

O 13º é um benefício anual que não deveria influenciar no seu planejamento mensal. Por isso, se você não está endividado, coloque a quantia máxima que você puder. Sim, você terá aquela sensação de que não fez nada com o dinheiro, mas acredite: vai fazer toda a diferença depois. Ou, pelo menos, use a regra dos 10% e invista essa porcentagem do seu 13º para dar início à construção do seu patrimônio. Após, vá dando sequência com aportes mensais para potencializar os rendimentos.

Vamos supor que você ganhou R$ 5 mil de 13º salário e quer investir todo o valor. Se ainda fizer aportes mensais de R$ 500, em 5 anos:

  • Você terá R$ 43.120 – investindo em um fundo 100% renda fixa, que reúna títulos públicos e crédito privado.
  • Você terá R$ 43.700 – investindo em um fundo 80% renda fixa e 20% em ações brasileiras e americanas.

Em 10 anos:

  • Você terá R$ 98.800 – investindo em um fundo 100% renda fixa, que reúna títulos públicos e crédito privado.
  • Você terá R$ 100.400 – investindo em um fundo 80% renda fixa e 20% em ações brasileiras e americanas.

Regra dos 10%:
Regra que diz que o investidor deve destinar 10% do seu salário para investimentos de longo prazo, como aposentadoria, independência financeira e por aí vai. Isso deve ser tratado como uma linha de despesa. Recebeu o salário, investe pelo menos 10% para o futuro e apenas depois vai pagar a conta de luz, o aluguel e etc. Ela impede que você invista apenas o que sobra – ou quando sobra.

A diferença entre investir e investir bem

A diferença entre investir bem (em um portfólio diversificado com bons produtos), para simplesmente investir (poupança, CDBs e fundos ruins) é gigante. As pessoas dizem que não têm tempo para investir e acabam perdendo muito dinheiro em produtos ruins dos bancos.

Há opções no mercado que pagam 80% do CDI e cobram uma taxa de 2% ao ano. O quinto maior fundo de renda fixa do país rendeu menos de 6% no ano passado e cobrou quase 4% de taxas. Muito ruim, não?

Por isso, se a ideia é construir patrimônio, evite cair em investimentos ruins, com altas taxas e baixa rentabilidade.

E então, vamos começar logo a construir o seu patrimônio?