Futebol

Como uma liga de clubes impulsionaria o ‘produto’ Brasileirão?

08 jul 2024, 9:00 - atualizado em 05 jul 2024, 16:44

André Sica, advogado especializado em direito desportivo, deu detalhes sobre a criação da liga de clubes no futebol brasileiro. Sica participa ativamente das conversas para criação da liga desde o início.

Em participação no Market Makers Sport, o advogado explicou que a sociedade entre os clubes do Brasileirão seria uma ligação direta entre as equipes, se conectando as federações estaduais.

“Uma confederação ou federação, tem um escopo muito amplo, a CBF, por exemplo, precisa tratar do fomento ao esporte, ver o desenvolvimento do esporte nos estados, tratar das categorias de base, e principalmente, tratar do seu principal produto, a seleção brasileira, então são muitas coisas para administrar. A diferença de uma liga para uma federação, é de que as confederações fazem parte da pirâmide da FIFA, estando diretamente ligados à entidade, com os clubes na base da cadeia”, explica.

Fora isso, a CBF administra também a primeira divisão do futebol brasileiro. Para melhorar o produto Brasileirão, a ideia é deixá-lo nas mãos dos destinatários finais, que são os clubes.

“A liga de clubes nada mais do que uma reunião para cuidarem do seu maior patrimônio. Isso qualificaria o produto, atingindo um valor de mercado maior e conseguindo escolher melhores parceiros de negócio, expandir, tendo um incremento financeiro para os clubes e o futebol no Brasil”, vê.

Entre os benefícios, Sica cita a retenção de talentos no futebol nacional, já que eles são vendidos ao exterior muito cedo, assim como melhores tratamentos para o torcedor nos dias de jogo e melhores acordos nos direitos de transmissão. A principal liga de referência hoje no mundo é a Premier League, do futebol inglês.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A liga de clubes do Brasileirão está longe de acontecer?

Atualmente, existem dois blocos na tentativa da criação das ligas de clubes no futebol brasileiro, a Libra e a Liga Forte União (LFU).

Entre os clubes que fazem parte da Libra, assessorada pelo BTG Pactual, estão: Atlético-MG, Bahia, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, Vitória e São Paulo. Outros 9 estão na série B.

Já na Liga Forte União (LFU), liderada pela XP Investimentos, constam os seguintes clubes na série A: Internacional, Cruzeiro, Fluminense, Vasco, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo, Fortaleza, Cuiabá, Criciúma e Juventude.

Para Sica, houve um retrocesso nos últimos meses para a constituição de uma liga de clubes no Brasil. “No entanto, durante os últimos 5 anos dessa ‘briga’, caminhamos muito. Houve uma conscientização sobre a importância de uma liga para o nosso futebol”, comenta.

Quanto a uma unificação dos blocos até 2025, início do próximo Brasileirão, o advogado descarta a possibilidade Para 2026, a eleição de um novo presidente da CBF, favorável a criação da liga, também é um fator-chave.

Confira o episódio do Sports Market Makers