Opinião

Como seria a carteira de Buffett no Brasil? Parte 2

22 set 2017, 19:43 - atualizado em 05 nov 2017, 13:54

Buffet

Por Shin Lai e João Paulo Freitas, estrategista e analista da Upside Investor

Na semana passada havíamos comentado sobre como seria a carteira de Warren Buffett se ele tivesse nascido no Brasil.

Hoje vamos continuar nossa ‘conversão’ da carteira de Buffett de Wall Street para a Bovespa.

Buffett estava investindo em empresas de Telecom americanas. No Brasil quais seriam as equivalentes?

De novo temos uma ‘surpresa’ com Buffett, já que historicamente Warren sempre foi bastante avesso a empresas com negócios relacionados à tecnologia, como é o caso de uma empresa de telecomunicações que possui algum componente tecnológico por trás.

Embora, possamos vê-las também hoje como empresas de infraestrutura básica, isto é, serviços ‘quase essenciais’. (Afinal, quem nos dia de hoje consegue ficar longe do seu celular, do seu whatsapp, Netflix e do seu Facebook? E todas estas ‘facilidades’ dependem de um bom serviço de dados).

Verizon é maior operadora sem fio dos Estados Unidos, embora possua também os serviços pelo bom e velho cobre. Buffett começou a montar sua posição na empresa em 2014 e a manteve grande parte até 2017. E não foi sua única aposta no setor de ‘telcos’, ele também construiu desde 2014 uma grande participação na Charter Communications que nos EUA é uma empresa de serviços de TV a cabo, e também de serviços de banda larga.

Abaixo as últimas posições de Buffett nas duas empresas, Verizon e Charter:

Upside

Qual o racional por trás destas aquisições? Entendemos que a primeira é por conta de tamanho. No caso da Berkshire que é um verdadeiro ‘mamute’ em termos de aquisições, só faz sentido para ela investir em outros ‘mamutes’. Desta maneira, as duas empresas, Verizon e Charter, acomodam bem o volume de recursos, na casa dos bilhões.

A segunda razão pela qual Buffett investiu no setor, talvez seja explicada por uma visão mais estratégica da indústria de telecomunicações americana, antevendo uma consolidação futura do setor que estaria a caminho. E foi exatamente isto que aconteceu, como em uma ‘aula de Xadrez 101’.

Até um tempo atrás o setor de teles era bastante fragmentado nos EUA.

Há uma década o consumidor americano possuía as seguintes opções para banda larga (e em parêntesis as fatias de mercado): AT&T (21%), Comcast (22%), Verizon 13%, Time Warner (13%), Cox (7%), Charter (5%). E por uma questão de sobrevivência (ou conveniência) estas empresas começam a se consolidar para manter lucros e retornos satisfatórios.

E este parece ter sido o racional da Berkshire Hathaway, ela adquiriu ações da empresa que iria buscar ser um dos consolidadores como foi o caso da Charter, que era um player menos relevante e que buscou ganhar mercado por aquisições, comprando a Time Warner Cable.

Hoje, especula-se que Verizon possa adquirir a Charter Communications.

E como seriam as escolhas equivalentes para Buffett no Brasil?

Obviamente estamos falando dos ‘players’ mais interessantes negociados na Bovespa: Tim e Vivo Telefonica, já que Oi é uma empresa em recuperação judicial.

Tim (TIMP3) é uma operadora exclusivamente sem fio, não possuindo grandes investimentos em rede física. Enquanto que Vivo Telefonica (VIVT4) é uma clássica empresa de telecomunicações, detentora de grandes ‘ativos’ herdados da Telesp com ampla cobertura no estado de São Paulo, que também conta com ofertas de telefonia móvel através da Vivo para todo Brasil. E que pouco a pouco migra sua infraestrutura de cobre para fibra.

Note que o motivo pelo qual Buffett investiu no setor de telecom não foi a busca por dividendos, e sim uma valorização através das fusões e aquisições que destravariam o valor. Evento similar que dificilmente ocorreria no Brasil dado que o setor já está muito concentrado.

Caso queira saber se é o momento de investir em empresas de Telecomunicações como opções de renda, ou dividendos, visite nosso site e conheça nossas recomendações (www.upsideinvestor.com).

Em uma linha, o recado do mago de Omaha pode ser este: tente antever bons negócios de fusões e aquisições que destravem o valor das empresas.

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