Como saber se uma empresa está bem das pernas? Este recurso vale ouro
No mês passado, a agência de classificação de risco Fitch elevou o rating de longo prazo do Brasil de “BB-“ para “BB”. A nota aproxima o país do chamado grau de investimento, ou seja, um lugar seguro para receber investimentos externos.
Um mês antes, a S&P Global já havia elevado a perspectiva de crédito para positiva, mesmo mantendo o rating em “BB-/B”. Também em julho, a Fitch rebaixou a classificação de risco dos Estados Unidos de “AAA” para “AA+”.
Notícias como essas são comuns, mas muita gente não entende o que significa e não sabe que esse tipo de classificação também é dado para empresas e pessoas físicas.
O rating de crédito é um modelo de avaliação e classificação atribuído a indivíduos, empresas, países ou instrumentos financeiros, como títulos ou empréstimos, e tem como objetivo medir a probabilidade de cumprimento de suas obrigações de pagamento de dívidas.
Basicamente, o rating é uma nota que reflete a capacidade de um devedor pagar suas dívidas no prazo acordado.
Sendo assim, nos exemplos acima, as agências acreditam que a capacidade do Brasil honrar seus compromissos melhorou, enquanto a dos Estados Unidos piorou. Quanto mais alta for a nota, menor será o risco associado ao título ou emissor.
Sendo assim, a elevação do rating do Brasil aumenta a atratividade dos títulos públicos como também das ações da bolsa de valores. A última vez que atingimos o investiment grade, em 2008, a Bolsa de Valores teve grande valorização.
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Está aí outra razão para que o investidor dê atenção ao rating, pois no mercado de ações as empresas recebem esse tipo de classificação, que muda conforme a situação macroeconômica ou da própria companhia. E isso reflete na precificação dos ativos.
As classificações de crédito geralmente utilizam letras ou símbolos para representar diferentes níveis de risco. Por exemplo, “AAA” representa a mais alta qualidade de crédito e indica baixo risco de inadimplência.
“BB” representa um risco de crédito moderado e “D” indica que o devedor já está em atraso com seus pagamentos. Obviamente, cada agência possui seu próprio parâmetro para classificação.
São muitas as empresas especializadas em classificação de risco. Algumas focam apenas em empresas ou pessoas físicas, mas as maiores e mais importantes, de atuação global, também trabalham com rating de países.
As já citadas Fitch e S&P, junto com a Moody’s são as principais e mais conhecidas do mundo. Elas conduzem análises detalhadas de várias informações financeiras, históricos de pagamentos, indicadores econômicos e outros elementos pertinentes. Tudo para determinar a estabilidade financeira de uma entidade e sua capacidade de cumprir obrigações de dívidas.
O rating é essencial para investidores, credores e tomadores de empréstimos, pois ele contribui para a tomada de decisões mais assertivas.
Um rating elevado é desejável e pode resultar em condições de empréstimo mais favoráveis, com menor custo do crédito. Ao contrário, uma nota baixa, pode tornar mais desafiador e dispendioso obter financiamento. Afinal, o risco associado é maior.
Como se vê, o rating de crédito é uma ferramenta importante no universo financeiro porque ele auxilia na avaliação da confiabilidade dos devedores e na precificação adequada do risco envolvido em diferentes ativos financeiros e entidades.
Vale ressaltar que o rating é apenas uma entre as ferramentas existentes para auxiliar na avaliação do risco. Sendo assim, não convém adotá-lo como único critério para a montagem, por exemplo, de uma carteira de investimentos sólida e diversificada.
Análises financeiras, perspectivas econômicas e a estratégia pessoal de cada investidor devem ter peso na hora da escolha.
Conhecendo e sabendo usar todos esses mecanismos, o rating incluso, as chances de sucesso no mercado financeiro tendem a ser maiores.