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Como os Conselhos de Administração podem ajudar a evoluir a conversa de ESG

23 ago 2022, 14:08 - atualizado em 23 ago 2022, 14:08
Pilhas de moedas saindo da terra, com mudas de planta em cima, representando investimentos ESG
Ronald Bozza fala sobre como os Conselhos de Administração podem ajudar a evoluir a conversa de ESG (Imagem: Shutterstock)

Dada a grande importância das questões ambientais, sociais e de governança (ESG), como sua empresa pode avançar nas prioridades ESG que mais importam para ela enquanto organização?

Com a pressão constante de uma variedade de partes interessadas – investidores, governo, comunidade, colaboradores e clientes – para obter progressos significativos, principalmente nas áreas de diversidade, equidade, inclusão (DEI) e mudanças climáticas, o que seu conselho deve fazer?

No esforço para facilitar a implantação do ESG, surgiu uma expectativa de que uma maneira de fazê-la é incluir medidas de desempenho ESG nos planos de incentivos executivos.

Segundo estudos feitos nos EUA, 57% das empresas do S&P 500 incluíram esse formato de medição nos planos de curto ou de longo prazo a partir de 2021. Embora esse método em planos de incentivo de longo prazo seja bastante baixo, sua prevalência dobrou de 3% em 2020 para 6% em 2021.

Na medida em que as empresas responderem a essas visões e demandas mais amplas das partes interessadas, provavelmente veremos mais companhias de capital aberto integrando métricas ESG em seus planos de incentivo, mesmo que não sejam essenciais para suas estratégias de negócios.

A inclusão de uma ou mais métricas ESG em planos de incentivos executivos pode ser vista como uma forma eficaz de sinalizar a importância dessas questões para uma organização, mas isso não deve ser unicamente o objetivo.

Para fazer progressos efetivos, além de observar a importância básica de uma questão, o Conselho de Administração deve estabelecer uma linha base, determinando o que pode ser possível, em qual prazo e garantindo que os executivos encarregados de alcançarem esse progresso tenham uma linha de visão clara para um resultado bem-sucedido.

As metas de ESG devem ser discutidas no contexto da definição de objetivos anuais e de longo prazo para garantir que a empresa não acabe com prioridades concorrentes, planos de incentivo ineficazes ou consequências não intencionais.

Com o apoio do Comitê de Pessoas, as discussões sobre ESG devem integrar trabalhos específicos sobre adoção de metas e métricas.

Vamos considerar um plano de incentivo de curto prazo, onde as métricas ESG são atualmente mais comuns. Muitas empresas usam uma combinação de métricas financeiras e não financeiras em seus planos anuais de curto prazo (por exemplo, peso de 80% no desempenho financeiro e peso de 20% no desempenho não financeiro).

Para empresas que já incluem métricas não financeiras em seu plano de incentivo anual, substituir uma métrica não financeira por uma ESG é relativamente fácil.

No entanto, incorporar uma métrica ESG é muito mais difícil para empresas com planos de incentivos anuais que medem apenas o desempenho financeiro. Essas companhias terão que considerar até que ponto o ESG ou outras prioridades não financeiras devem “diluir” as prioridades financeiras.

E é aí que as coisas podem ficar difíceis, mesmo que muitas dessas organizações já estejam considerando ESG em suas deliberações de remuneração fora do plano anual.

As decisões salariais ou os valores de concessão de incentivos de longo prazo podem ser influenciados, e as empresas podem não estar divulgando adequadamente esse processo aos acionistas ou investidores. Esta seria uma oportunidade perdida para ajudar a esclarecer o que está e o que não está sendo feito a serviço do ESG e o porquê.

Em última análise, os investidores esperam progresso, mas eles também recuarão quando as métricas ESG não forem claras e/ou muito simples de serem alcançadas.

Ser transparente sobre como sua organização está buscando seus objetivos ESG é essencial. Isso pode acontecer dentro de planos de incentivo ou por meio de objetivos da empresa declarados de outra forma, como em relatórios de responsabilidade social corporativa baseados em padrões.

Seja qual for o caminho que sua empresa seguir, se você conseguir conectar claramente os pontos entre os conceitos ESG e a estratégia de negócios e liderança, estará progredindo na direção certa.

Ronald Bozza é sócio da BR Rating e da Bozza Soluções Estratégicas em Recursos Humanos, membro independente do Comitê de Pessoas e ESG e da Comissão de Pessoas do IBGC.

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