Como pequeno vizinho do Brasil está se transformando na próxima superpotência do petróleo
No entanto, para analistas do mercado de petróleo, as estimativas oficiais estão subapreciadas, diante do verdadeiro potencial de exploração, sobretudo, relacionado ao bloco Stabroek.
- A alta do petróleo não fez nem cócegas nas ações da Petrobras (PETR4), que subiram quase 50% desde maio; Assista ao Giro do Mercado desta sexta-feira (15) e saiba se é hora de investir na petroleira.
Bloco de Stabroek: A galinha dos ovos de ouro da ExxonMobil
A bacia de sedimentos localizada na Margem Equatorial tem 26.800 km2 de área e é onde se concentra a maior parte do petróleo da Guiana. A título de comparação, a área equivale a 1,5 vezes o tamanho do Golfo do México.
A subsidiária da ExxonMobil, que detém 45% da capacidade exploratória do bloco, tem feito investimentos pesados para aumentar a perfuração offshore desde o fim de 2020.
Desde que assumiu a liderança do consórcio de exploração na Guiana, a ExxonMobil registrou mais de 25 descobertas, que equivalem à marca de 11 bilhões de barris. Mais recentemente, a subsidiária da empresa americana obteve o sinal verde para perfurar mais 35 poços de petróleo na bacia.
O interesse estrangeiro no bloco de Stabroek vem sendo puxado por dois fatores: o inquestionável sucesso da campanha exploração até aqui e a qualidade do óleo encontrado.
Segundo o departamento de análises geológicas do governo dos EUA, o petróleo encontrado no bloco da Guiana é leve e com pouco conteúdo de enxofre. Isso reduz o custo do processamento da matéria-prima, levando a combustíveis de maior pureza.
Segundo a consultoria especializa em energia Rystad, a característica do petróleo encontrado nos campos offshore da Guiana reduz o ponto de breakeven (ponto em que o lucro excede a despesa) da exploração para uma média de US$ 28 por barril (o Brent está cotado acima dos US$ 90).
Margem equatorial no Brasil: Exploração gera atrito interno no governo
A campanha exploratória na margem equatorial do lado brasileiro continua sendo motivo de atrito dentro do governo.
O assunto voltou a estampar os noticiários, após Lula (PT) afirmar que o Brasil não deixará de estudar a viabilidade do projeto.
Seguindo a declaração do chefe do Executivo, o ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, informou que o governo instauraria um “comitê de conciliação” para reanalisar a solicitação feita pelo Petrobras, que deseja perfurar um poço da margem no litoral do Amapá.
O comitê seria criado pela Advocacia Geral da União (AGU) e contaria com a participação do ministério de Minas e Energia, do ministério do Meio Ambiente e do Ibama.
A solicitação da Petrobras, referente ao bloco FZA-M-59 na foz do rio Amazonas, havia sido negada em maio pelo Ibama, sob o parecer de que o plano de contingência ambiental oferecido pela estatal era insuficiente.
Desde então, Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, manifestou-se contra a perfuração do poço, pontuando que o órgão ambiental “não dá licenças políticas, mas sim técnicas”.
O programa defendido pela pasta tem o objetivo de tornar o Brasil o quarto maior produtor de petróleo do mundo até 2029, elevando a produção nacional de petróleo para 5,4 milhões de barris por dia.