Como o investimento em startups pode transformar economias globais?

A inovação tecnológica gerada pelas startups cria produtos, serviços e soluções para desafios sociais e econômicos. (Imagem: Agência Sebrae)

O papel das startups na economia global tem se tornado cada vez mais relevante nas últimas décadas. Caracterizadas por seu foco em inovação, crescimento acelerado e alta flexibilidade, elas estão abrindo novos mercados, gerando empregos e impulsionando transformações tecnológicas em diversas regiões do mundo.

O investimento nessas empresas emergentes, por seu turno, tem sido um motor essencial para o seu desenvolvimento, permitindo que ideias inovadoras se concretizem e alcancem impacto global.

A inovação tecnológica gerada pelas startups cria produtos, serviços e soluções para desafios sociais e econômicos, capazes de revolucionar indústrias inteiras. Isso, por sua vez, promove o crescimento de mercados emergentes e acelera a modernização de economias mais estabelecidas.

Em muitos casos, o impacto dessas companhias vai além do setor em que atuam diretamente. Por exemplo, uma iniciativa que desenvolve tecnologia de inteligência artificial pode gerar efeitos positivos em diversas áreas, como saúde, manufatura, agricultura e logística. Esses efeitos colaterais impulsionam a produtividade e a eficiência, aumentando a competitividade das indústrias e, por conseguinte, o crescimento econômico.

Um dos principais benefícios das startups é a geração de empregos de qualidade. Por serem empresas de rápido crescimento, elas frequentemente demandam profissionais qualificados em diversas áreas, especialmente em tecnologia, marketing, gestão e desenvolvimento de produto.

Além disso, ao criar segmentos e mercados, elas também promovem habilidades emergentes. Seus colaboradores frequentemente adquirem experiência em tecnologias inovadoras, como blockchain, inteligência artificial, biotecnologia e outras, o que aumenta a oferta de mão de obra especializada e impulsiona a competitividade global de uma região.

• Leia mais: 2 gatilhos que podem fazer a bolsa brasileira ter um “rali” de fim de ano e 10 ações para investir agora, segundo analista; confira aqui

Por exemplo, nos Estados Unidos, o Vale do Silício se tornou um dos maiores centros de inovação mundial graças às startups tecnológicas, que não apenas criaram centenas de milhares de empregos, mas também atraíram talentos de todas as partes do mundo, transformando a economia da região. De maneira semelhante, outros polos tecnológicos, como Tel Aviv (Israel), têm visto crescimento econômico impulsionado por suas startups.

Leia também

Tempo Real

Tempo Real: Ibovespa volta do feriado fugindo da Nvidia

Economia

Se corte de gastos não for suficiente, espere queda no mercado de ações e inflação e juros nas alturas, diz BTG

Investir nesse tipo de negócio incentiva o surgimento de novas indústrias, impulsionando a criação de mercados inteiramente novos. Quando uma startup é bem-sucedida, muitas vezes surgem outras companhias ao seu redor, criando ecossistemas empresariais inteiros. Estes, por sua vez, atraem mais investimentos, talentos e inovação, criando ciclos virtuosos de crescimento.

Um exemplo claro desse fenômeno é a expansão da indústria de fintechs (tecnologias financeiras) em várias partes do mundo. O surgimento de startups focadas em soluções digitais para o setor financeiro — como pagamentos online, blockchain, carteiras digitais e plataformas de empréstimos — tem transformado radicalmente o setor bancário tradicional. Além de facilitar transações globais e democratizar o acesso a esses serviços, essas fintechs estão ajudando a formalizar economias informais em regiões em desenvolvimento, como África e América Latina, aumentando o acesso ao crédito e estimulando o empreendedorismo.

As startups desempenham um papel determinante no fortalecimento de economias emergentes. Em regiões como África, América Latina e Sudeste Asiático, elas estão fornecendo soluções inovadoras para problemas locais, como acesso limitado a educação, saúde, serviços financeiros e infraestruturas inadequadas.

Na África, por exemplo, o investimento em startups tem crescido exponencialmente nos últimos anos. Soluções voltadas para o agronegócio, energia renovável e saúde têm melhorado significativamente a vida das populações locais, ao mesmo tempo em que abrem novas oportunidades de negócios e colaboram para o desenvolvimento sustentável da região. As empresas africanas também estão atraindo o interesse de investidores globais, contribuindo para o fortalecimento da economia regional.

Na América Latina, o ecossistema de startups tem se expandido rapidamente, com países como o Brasil e o México emergindo como hubs regionais. Soluções focadas em educação (edtechs), saúde (healthtechs) e mobilidade urbana têm gerado impactos consideráveis, democratizando o acesso a serviços essenciais e promovendo a inclusão social e financeira de milhões de pessoas.

O sucesso de startups locais e regionais também é fundamental na atração de capital estrangeiro. Investidores internacionais, incluindo fundos de venture capital e private equity, têm se mostrado cada vez mais interessados em investir em ecossistemas promissores em diferentes partes do mundo. Isso ocorre porque as startups muitas vezes oferecem maiores retornos sobre o investimento em comparação com empresas já estabelecidas, além de estarem frequentemente na vanguarda da inovação.

Ao atrair investimentos estrangeiros, essas companhias não só fortalecem suas próprias operações, mas também contribuem para a economia de seu país, ao injetar capital estrangeiro nas economias locais e fomentar o desenvolvimento de infraestrutura tecnológica e de inovação.

Outro aspecto fundamental é o potencial para criar impacto social e ambiental positivos. Muitas startups estão focadas em resolver problemas globais críticos, como a crise climática, a pobreza e a desigualdade social. Aquelas que desenvolvem soluções sustentáveis, como energias renováveis, tecnologias de reciclagem ou modelos de negócios circulares, têm a capacidade de transformar setores inteiros e promover uma economia mais verde e inclusiva. E investir nessas empresas não apenas gera retornos financeiros, mas também apoia a transição para uma economia global mais sustentável e resiliente.

Em suma, ao promover a inovação, gerar empregos, criar indústrias e atrair capital estrangeiro, as startups tornam-se primordiais no crescimento econômico de diferentes regiões. Além disso, ao focar em soluções para desafios sociais e ambientais, elas colaboram para um desenvolvimento mais sustentável e inclusivo. À medida que o ecossistema de startups continua a evoluir e expandir, o impacto dessas empresas na economia mundial só tende a crescer, reforçando a importância de investimentos estratégicos nesse setor.