Como o conflito no Iraque pode impactar Petrobras (PETR4) e PRIO
O conflito entre grupos xiitas em Bagdá, no Iraque, entrou no radar de analistas diante da possibilidade de um impacto sobre a oferta do petróleo no mercado global.
A dinâmica, em última instância, impulsionaria os preços da commodity, referência de receita para empresas brasileiras como PRIO (PRIO3) e Petrobras (PETR4).
Na segunda-feira à noite, apoiadores do clérigo Moqtada al-Sadr, um ex-líder insurgente anti-EUA, cercaram o campo de petróleo Majnoon em Basra e a refinaria de Basrah, que produz 210 mil de barris por dia, segundo duas fontes à Reuters.
O conflito acontece em um momento em que o mercado lida com uma série de outros riscos geopolíticos, como a escalada da violência na Líbia e as indefinições sobre o acordo nuclear entre Irã e Estados Unidos.
Analistas da Genial Investimentos comentaram em relatório que veem uma “dúvida” sobre o suprimento da petróleo, caso o Iraque mergulhe em uma disputa sucessória. O país produz cerca de 4 milhões de barris de petróleo por dia.
“Na média, empresas privadas devem se beneficiar dos preços mais altos, principalmente a Prio, que aumentou produção recentemente”, ponderaram os analistas da corretora.
Petrobras, segundo deles, “deve permanecer na berlinda”, tendo em vista que um repasse de preços no preço da gasolina não deve ser bem recebido em plena corrida eleitoral, disseram.
Dinâmica de PETR4 e PRIO3
A analista da MyCap Julia Monteiro, por outro lado, não vê o conflito no país como decisivo para a dinâmica das ações de Petrobras e Prio. “Eventuais gargalos ou momentos de estresse devem ter magnitude restrita”, pondera.
Monteiro destaca que, como a economia do Iraque é quase que totalmente dependente do petróleo, a tendência é que o governo do país trabalhe para que não haja restrições em exportações.
“Qualquer país que tenha grande produção da commodity vai encontrar um meio-termo [que não impacte de maneira significativa a oferta global]”, afirma.
Para Monteiro, os preços do petróleo não vão subir “para sempre”. “No meu entendimento, petróleo vai ficar em torno de US$ 100 o barril”, diz. “Mas claro que os grandes [produtores] têm maior poder de gerar volatilidade no curto prazo”.
A analista da Mycap, ao contrário da Genial, não vê a Petrobras pressionada porque o “grande valor” da ação da empresa está no médio e no longo prazo. “Prio, por exemplo, teve que parar três ou quatro dias”, lembra.
“Existem riscos que são próprios do segmento. Acho que esse é um risco [geopolítico, com o Iraque] de curto prazo”.
O comentário de Monteiro segue em linha com o que a Reuters apurou com três fontes, que disseram que as exportações de petróleo do Iraque não serão afetadas, de acordo com a agência.
O Brent recuava 6% nesta terça, diante de rumores de que Opep+ não deve discutir corte de produção em próximo encontro, devolvendo os ganhos da véspera.
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