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Como o conflito entre Rússia e Ucrânia afeta a indústria de tecnologia global

24 fev 2022, 18:35 - atualizado em 24 fev 2022, 18:35
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Conflito internacional afeta diretamente empresas locais com prestação de serviços globais (Imagem: Shutterstock/SasinTipchai)

Com a invasão das tropas russas à Ucrânia, a tensão entre os países começa a tomar forma daquilo que pode ser um dos mais intensos conflitos já vistos pelo leste europeu. De acordo com Oleh Lyashko, ministro da Saúde da Ucrânia, já foram registrados cerca de 57 mortos e 169 feridos entre civis e miliares desde o início do conflito.

E, pelo visto, as perdas humanas estão sendo acompanhas de uma intensa crise na indústria de tecnologia europeia.

Nos últimos meses, além das movimentações do exército russo para as fronteiras da Ucrânia, Kiev sofreu ataques cibernéticos a diversos departamentos de Estado, o que causou grandes danos às bases de dados e sistemas de gestão do país.

Manifestações na Ucrânia pedem o fim da invasão russa ao país (Imagem: REUTERS/Christian Mang)

De acordo com o TechCrunch, centenas de empresas e startups de tecnologia locais estão interrompendo suas atividades e transferindo colaboradores para regiões mais seguras do continente. A maior parte dessas organizações, apesar das mobilizações, já havia montado planos emergenciais para evitar a paralisação de seus serviços.

A desenvolvedora ucraniana MacPaw é uma dessas. Sediada em Kiev, na capital da Ucrânia, a empresa de softwares declarou em seu site oficial que apesar de sua estrutura física estar localizada em dos países envolvidos no conflito militar, seus dados estão hospedados na Amazon (AMZN; AMZO34) Web Service e seu processador de pagamentos no Reino Unido.

“Neste momento, estamos permanecendo fortes, unidos e prontos para defender a soberania e a integridade territorial da Ucrânia”, afirmou a empresa ao TechCrunch.

Tropas militares da Rússia encontram-se espalhadas pelo território ucraniano (Imagem: REUTERS/Umit Bektas)

Outro ponto importante são as empresas de tecnologia com equipes de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) nos países ou sedes locais. Google (GOOG; GOOGL; GOGL34; GOGL35), por exemplo, tem cerca de 200 colaboradores no país que estão sendo monitorados pela empresa.

Redes sociais, como Twitter (TWTR; TWTR34), orientaram usuários ucranianos a protegerem suas contas com duplas verificações e desativar os serviços de localização das plataformas on-line.

Matthew Prince, presidente da Cloudfare, empresa de armazenamento de dados em nuvem, anunciou a transferência das informações armazenadas nos servidores da Ucrânia para outras centrais. A gigante de dados presta serviços para empresas privadas e entidades governamentais em todo mundo.

No Brasil, assim como os demais países latinos, os serviços de tecnologia continuam funcionando normalmente em sua maioria. Algumas plataformas de conteúdo estão trabalhando para reforçar suas políticas de monitoramento de conteúdo a fim de evitar a disseminação de fake news.

*Com informações de TechCrunch.

Estagiário
Estudante de jornalismo na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Foi tradutor no Programa de Voluntários Internacionais da ONU durante dois anos. Na universidade, desenvolve pesquisas em Linguagem e História do Pensamento Social Brasileiro. Escreve sobre tecnologia, ciência, conflitos e assuntos internacionais.
renan.nunes@moneytimes.com.br
Estudante de jornalismo na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Foi tradutor no Programa de Voluntários Internacionais da ONU durante dois anos. Na universidade, desenvolve pesquisas em Linguagem e História do Pensamento Social Brasileiro. Escreve sobre tecnologia, ciência, conflitos e assuntos internacionais.