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Como o Brasil pode incorporar 40 milhões de hectares sem desmatamento nos próximos 10 anos?

07 nov 2023, 15:09 - atualizado em 07 nov 2023, 15:09
desmatamento pastagens
Implementação do Código Florestal, combate ao desmate ilegal e foco no cumprimento da CND são fundamentais para recuperação de pastagens (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

Desde janeiro de 2023, quando o ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa) do Brasil, Carlos Fávaro, assumiu o comando da pasta, o mesmo tem defendido um plano de incorporar 40 milhões de hectares nos próximos 10 anos sem desmatamento.

Durante suas missões internacionais, Fávaro tem procurado investidores que buscam investir na recuperação das pastagens brasileiras, com a Arábia Saudita sendo uma nova parceira na iniciativa.

Vale ressaltar que, caso o Brasil consiga recuperar essas áreas, o país pode praticamente dobrar a área de produção de alimentos sem desmatamento, o que contribui com as medidas de controle quanto às mudanças climáticas e a segurança alimentar do planeta.

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Como o Brasil pode recuperar pastagens sem desmatamento?

Leonardo Munhoz, doutor em Direito Ambiental e pesquisador do Observatório de Bioeconomia da FGV, ressalta que há dentro do escopo do Acordo de Paris, uma meta do Brasil de recuperar 15 milhões hectares de áreas de pastagens até 2030.

“É possível que o Brasil aumente sua área produtiva no campo sem desmatar. Inicialmente, com a recuperação de pastagens degradadas. O aumento da área de agropecuária também pode ocorrer por meio do melhor uso de áreas de baixa produtividade. Além disso, o emprego de maior tecnologia no campo, aliado com melhor instrução dos produtores, pode ser de grande auxílio. Nesse ponto, programas de financiamento, tanto públicos como privados, são essenciais”, explica.

Para ele, não se pode esquecer da importância da compensação de reserva legal do Código Florestal, já que com esse instrumento é possível que o produtor com déficit de vegetação nativa possa compensar essas áreas em outro imóvel rural.

“Com isso, é possível manter a produção no seu imóvel e, ao mesmo tempo, financiar a manutenção de florestas no imóvel de outros produtores com excedentes de matas”, pontua.

Entretanto, para que o Brasil consiga atingir esses objetivos, Munhoz julga necessário um empenho na implementação do Código Florestal, combate ao desmate ilegal e foco no cumprimento da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) no Acordo de Paris, com reparação de pastagens e uso de tecnologia no campo e oferta de financiamento para os produtores.