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Como o Brasil pode aumentar produção de trigo em 1,5 milhão de toneladas?

27 ago 2022, 11:28 - atualizado em 27 ago 2022, 11:28
Trigo
Quase a  metade da quantidade de trigo que o Brasil consome tem sido importada. (Imagem: Divulgação/Embrapa)

A colheita de trigo nas principais regiões produtoras do Brasil tem o potencial de crescer em mais de 1,5 milhão de toneladas, sem adição de áreas de plantio ou desenvolvimento de novas tecnologias.

Um método inovador desenvolvido pela Embrapa identificou locais em que o rendimento das lavouras está abaixo do potencial e poderia melhorar com a adoção de recursos já disponíveis.

Ainda listou as principais causas das diferenças de produtividade entre os locais analisados.

O trabalho abrangeu 457 municípios de 79 microrregiões nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, além do Distrito Federal.

O estudo foi feito em conjunto com 29 cooperativas que atuam na produção de trigo, com o objetivo de guiar ações, principalmente de transferência de tecnologias, para incrementar a produção.

Na microrregião de Cascavel (PR), por exemplo, o aumento de produtividade poderia adicionar mais de 100 mil toneladas à colheita. Em Cruz Alta e Santo Ângelo (RS), melhorar o rendimento também faria as safras crescerem em mais de 90 mil toneladas.

Esses números correspondem às chamadas lacunas de rendimento – ou folgas de produtividade. Elas são calculadas a partir da diferença entre a produtividade potencial, ou seja, o melhor resultado que se poderia obter, e o que foi efetivamente alcançado.

Em conjunto com as cooperativas, a equipe da Embrapa levantou as principais causas dessas lacunas.

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Onde está e para onde vai o trigo

A abordagem territorial tem sido utilizada pela Embrapa para levantar as possibilidades de crescimento da produção brasileira de trigo, tendo em vista que, nos últimos anos, quase a  metade da quantidade que o País consome tem sido importada.

Ainda em 2015, um estudo projetou cenários de crescimento das plantações nas quatro regiões homogêneas da cultura, analisando principalmente a participação do trigo em relação à área de soja e milho da safra de verão e a otimização de locais que historicamente haviam sido ocupados pela triticultura.

Entre os resultados alcançados, o estudo apontou que o Brasil teria autossuficiência caso o trigo ocupasse 30% da área de verão cultivada com soja e milho nas regiões homogêneas, ainda que mantidos os rendimentos da cultura à época, ou seja, sem considerar possíveis aumentos de produtividade pela adoção de inovações tecnológicas.

Um segundo trabalho, dois anos depois, avaliou como a triticultura se expandiu, ou se retraiu, nas diferentes áreas do território nacional, ao longo de 25 anos.

Esse estudo da dinâmica espaço-temporal comparou as áreas de trigo entre 1990 e 2014 e demonstrou que o crescimento da cultura nas regiões tradicionais de produção se concentrou principalmente no noroeste do Rio Grande do Sul, centro-sul do estado do Paraná, além de expansões mais recentes, como o entorno de Brasília, leste de Goiás e o sul de Minas Gerais.

Em contrapartida, em outras regiões, como o estado do Mato Grosso do Sul e o noroeste do Paraná, o trigo perdeu participação, sobretudo pelo crescimento da adoção do milho segunda safra nos sistemas de produção.

(Com informações da Embrapa)

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