Como o ‘Bahia City’ desbancou concorrência e passou a integrar maior grupo de clubes do mundo
Em entrevista ao Sports Market Makers, André Sica, advogado especializado em direito desportivo, deu detalhes da negociação entre o Bahia e o City Football Group, trazendo o maior MCO (multi-club ownership) do mundo para o futebol brasileiro.
Sica, que atualmente presta serviços para 11 times da série A e 7 da série B, participou da negociação entre Bahia e o City Football Group.
“O City contratou o nosso escritório (CSMV Advogados) para olhar tudo dos clubes brasileiros. Daí, neste cenário, o Guilherme Bellintani (ex-presidente do Bahia), se interessou. O Bahia se preparou para essa operação, trazendo um CEO apenas para esse acordo, sempre em contato rápido com o Grupo City, além de colocar um escritório de advocacia apenas para o acordo. Não adianta você ter um escritório apenas no lado comprador”, diz.
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Por que o Grupo City escolheu o Bahia?
Segundo o advogado, quando um MCO pensa em adquiria um clube, ele olha dois pontos principais, entre eles, a capacidade do clube em formar jogadores (talent club) ou a capacidade de valorizar atletas dentro do grupo (flagship club).
“O Grupo City definiu seu perfil de aquisição depois do acordo ser fechado, depois de ter estudado muito o mercado brasileiro, definindo por um flagship club, com o Bahia sendo definido como o segundo maior clube de relevância do MCO. Dentro das análises, eles olham também para questões como grau de endividamento, fanbase e principalmente o potencial de crescimento, já que para eles não adianta adquirir um clube no topo da sua cadeia de valor”, destaca.
A venda de 90% da SAF do Bahia ao Grupo City ocorreu em maio de 2023. Em 15 anos, o MCO se comprometeu com um investimento de R$ 1 bilhão, divididos em: mínimo de R$ 500 milhões para a compra de jogadores, R$ 300 milhões para o pagamento de dívidas e R$ 200 milhões para infraestrutura, categorias de base e capital de giro.
No começo de 2024, o Grupo City ainda liquidou 79% dos débitos do clube, que passaram de R$ 300 milhões em março de 2023, para R$ 68,232 milhões a serem quitados.
Atualmente, o Grupo City conta com 14 clubes sob sua influência, com o Manchester City sendo o principal clube dessa cadeia. Os outros clubes no controle do grupo são: New York City (Estados Unidos), Melbourne City (Austrália), Mumbai City FC (Índia), Lommel SK (Bélgica), ESTAC Troyes (França), Montevideo City Torque (Uruguai), Yokohama Marinos (Japão), Girona (Espanha), Sichuan Jiniu (China), Palermo (Itália), Bolívar (Bolívia) e Istanbul Basaksehir (Turquia).