Como Marfrig, frigoríficos devem aproveitar ganho nos EUA agora, porque em 2022 pode ser menor
As importações de carne bovina pelos Estados Unidos devem chegar acima de 1,4 milhão de toneladas em 2021, pouca coisa abaixo de 2020, porque a produção interna aumentou em cerca de 300 mil toneladas. As exportações, contudo, deverão se ampliar em 16%, para 1,5 milhão/t, e o consumo doméstico consolidará expansão.
Os números do USDA, que se apoiam nos resultados até setembro, em crescimento regular desde janeiro, mostram que o quarto trimestre do ano deverá ser bom para os players frigoríficos brasileiros – e seus pares locais – presentes naquele mercado.
E talvez seja bom que se confirme mesmo, porque algumas projeções de entidades e consultorias dão conta que em 2022 todos os principais recortes do setor serão pouco menores.
O Minerva Foods (BEEF3), que está em período de silêncio se preparando para apresentar seu desempenho de julho a setembro (em 4 de novembro), deverá ter dados positivos de suas exportações para lá, apesar de vendas menores das plantas argentinas cujo valor da carne é superior ao brasileiro.
O grupo é o que tem maior presença na América do Sul, com plantas habilitadas para aquele destino também no Uruguai e Colômbia.
Com JBS (JBSS3) se espera ainda musculatura maior do mercado americano em suas estatísticas trimestrais de negócios, que serão conhecidas dia 10 no próximo mês. Além de ser o maior produtor “americano” de carne bovina, também é franco exportador desde o Brasil.
2022
Com base nas séries estatísticas regulares do USDA – inclusive a evolução do plantel de gado em confinamento, em baixa -, o grupo de consultoria Beef2Live calcula uma perda de cerca de 9 mil toneladas nas importações do país no que vem.
Neste ano, por exemplo, os EUA se consolidaram como o segundo comprador de carne de boi do Brasil, até setembro, em 82,3 mil/, o dobro somado dos mesmos meses de 2021.
Em relação às exportações, o recuo está avaliado em 65 mil/t. Junto, uma pequena queda no consumo per capita da população.
No balanço de oferta, somando a produção doméstica e as importações previstas em 2022, a consultoria calcula em uma soma mais reduzida, na comparação com 2021, em cerca de 43 mil toneladas.