Inflação

Como lucrar e proteger seus investimentos da alta da inflação; veja as opções

10 nov 2023, 14:56 - atualizado em 10 nov 2023, 14:56
opções para lucrar com a inflação (2)
Ainda assim é possível pegar os limões e fazer uma limonada, veja as opções para lucrar com a inflação (Imagem: Canva Pro)

Hoje mais cedo, o IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A inflação subiu 0,24% em outubro — uma leve desaceleração em relação à alta de 0,26% apurada em setembro.

Para a economia, esse é um tema que causa bastante dor de cabeça. Os efeitos de alta são facilmente sentidos, principalmente, na população, que acaba perdendo o poder de compra. A consequência disso é na cadeia produtiva das empresas, o que causa um efeito cascata.

  • IPCA desacelera para 0,24%; Saiba quais são os melhores investimentos para aproveitar o cenário no Giro do Mercado desta sexta-feira (10), é só clicar aqui:

No entanto, ainda assim é possível pegar esses limões e fazer uma limonada. Ou seja, dá para se proteger e, até, lucrar com a alta da inflação. A equipe do Money Times conversou com alguns especialistas na área para entender melhor como isso pode ser feito e qual estratégia adotar.

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Como se proteger da inflação?

Na renda fixa, os títulos indexados à inflação são a melhor e “mais fácil” solução para se proteger. “É uma forma de atualizar o seu valor monetário e ainda te entregar um ganho real”, explica a coordenadora da Nova Futura Private, Erica Santos.

As opções neste segmento vão desde os títulos IPCA+, no Tesouro Direto, que acompanham a variação do IPCA, a CRAsCRIs debêntures incentivadas. Há alternativas tanto para o investidor conservador, quanto algumas com um pouco mais de risco.

Tesouro Direto

No Tesouro Direto, por exemplo, títulos indexados a inflação pagam, hoje, IPCA mais uma taxa prefixada que vai de 5,67% a 5,81% ao ano.

Essa alternativa é, segundo o economista Bruno Mori, a forma mais simples de se proteger contra a inflação.

Apesar de uma opção mais conservadora, vale lembrar que os títulos públicos pagam Imposto de Renda, o que diminui a rentabilidade líquida no vencimento do investimento.

Cotação dos títulos no dia 10/11/2023 às 11h36. (Fonte: Tesouro Direto)

Crédito privado

Outra alternativa, com riscos mais altos, são os créditos privados que englobam as opções citadas acima: CRAs, CRIs e debêntures. Nesses casos, Santos, da Nova Futura, reitera que deve ser respeitado o perfil do investidor e a tolerância à riscos.

Esta modalidade representa os títulos emitidos por empresas, que arrecadam dinheiro no mercado para financiamento de atividades e projetos. No caso dos debêntures são títulos de dívida, enquanto nos CRAs e CRIs são certificados de recebíveis. Ambos não possuem Imposto de Renda.

“A gente está falando nesses tipos de títulos de uma correção do IPCA + 6,5% ao ano e isento de IR”, explica David Martins, consultor de investimentos.

CDBs, LCIs e LCAs

Ainda na renda fixa, o consultor Martins, aponta os títulos emitidos por instituições privadas, como os CDBs, como uma possibilidade. Eles possuem a mesma vantagem do crédito privado, que é a isenção do IR e a proteção de até R$ 250 mil investidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

OS CDBs, LCI e LCAs funcionam da mesma forma que um título público, com a diferença que eles podem ter uma premiação maior, mas que normalmente são seguidos de maior risco.

Por exemplo, é possível, segundo um levantamento da Inteligência Financeira, um CDB pagando a soma do IPCA com até 7,55% ao ano, mas seu vencimento pode ser muito a frente.

Ações

Sim, ações. Apesar de dizer no início do texto que a inflação impacta também as empresas, Santos, da Nova Futura, apontou os papéis como alternativas.

“Além de títulos atrelados ao IPCA, outra maneira de se beneficiar de uma alta da inflação é através de algumas ações de empresas que se ‘beneficiam’ desse cenário. Empresas que conseguem repassar os preços para o investidor e que são serviços considerado essenciais”, explica Santos.

Como exemplo, ela cita as empresas de energia elétrica ou saneamento. Outra opção seriam as empresas exportadoras, já que possuem uma boa parte da receita em dólar, o que protege do aumento de preços no Brasil, além de se proteger com uma queda no nosso cenário econômico.