Como IRB (IRBR3) terminou 2022? Veja o que esperar dos resultados desta segunda
A divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2022 do IRB (IRBR3) está marcada para esta segunda-feira (27), após o fechamento do mercado.
Embora o lucro reportado em outubro tenha levantado o ânimo do mercado, a expectativa é de mais um balanço negativo, com o consenso projetando um prejuízo de R$ 38 milhões para os últimos três meses do ano passado, segundo levantamento realizado pela Bloomberg.
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Na avaliação do Safra, os resultados do IRB devem pesar para o lado negativo da temporada de resultados, com o prejuízo do quarto trimestre refletindo uma tendência operacional ainda fraca – porém, parcialmente compensada pelos resultados financeiros.
Apesar das perdas esperadas para o fim de 2022, o Safra reconhece que a resseguradora deve apresentar melhora em algumas linhas, o que poderia indicar um ano melhor para a companhia em 2023.
O Safra estima uma queda de 13% no comparativo anual para os prêmios emitidos do IRB, puxada pelas operações do exterior. Por outro lado, os prêmios ganhos esperados devem crescer 15% na mesma base de comparação.
“Também vemos o índice de sinistralidade apresentando melhorias, embora ainda se mostre em nível elevado (a 92% vs. 117% no terceiro trimestre de 2022 e 124% no quarto trimestre de 2021)”, acrescenta a instituição.
A Genial Investimentos destaca que os números de dezembro devem incluir um ganho de capital não recorrente, referente à venda de participação no Casa Shopping, localizado no Rio de Janeiro.
“Ou seja, o prejuízo do trimestre poderia ser bem pior se não fosse esse ganho extraordinário”, reforça a corretora, em relatório divulgado na última semana.
A expectativa da Genial é de prejuízo total de R$ 43 milhões. Excluindo a venda do Casa Shopping, as perdas esperadas chegam a R$ 73 milhões.
Na avaliação da Genial, os principais fatores para os dados negativos do trimestre são:
- sinistralidade ainda elevada;
- redução dos prêmios emitidos e ganhos; e
- manutenção do resultado financeiro, abaixo da rentabilidade do CDI.
IRB “investível”?
Sob nova administração, o IRB tem o objetivo de se tornar novamente um ativo “investível” no médio/longo prazo, afirma o BTG Pactual, após conversar com o CEO Marcos Falcão.
Falcão, envolvido no processo de turnaround da companhia desde o começo, disse ao BTG que o foco principal agora é aumentar a eficiência operacional, com um melhor processo de subscrição.
“A nova administração quer alinhar o perfil do IRB ao de um banco de investimentos, com subscrição mais rígida/disciplinada. Para ele, a estratégia de recuperação do IRB decorre de disciplina financeira, comprometimento das pessoas, foco, clareza de objetivos e austeridade”, comentam Eduardo Rosman, Thiago Paura, Ricardo Buchpiguel e Vitor Melo, analistas do BTG, em relatório do início do mês.
Segundo o BTG, um ponto importante levantado por Falcão é a manutenção do ajuste nas receitas, “aprimorando o processo de retrocessão e primando pela gestão de pessoas”.
“Foi um grande encontro, e um sinal positivo de que o IRB está em boas mãos”, avalia o time de análise da instituição.
Ainda assim, o BTG prefere ficar à margem, dada a falta de visibilidade dos resultados no curto prazo. Na opinião do banco, é possível que o IRB volte a ser “investível”, mas, por enquanto, é uma história “muito difícil”.
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O BTG não vê um aumento de capital sendo anunciado no curto prazo, a não ser que a resseguradora continue apresentando resultados fracos nos próximos meses.
“Mas se eles passarem pelos próximos seis meses sem grandes arranhões, veremos a luz no fim do túnel ficando mais brilhante…”, finaliza.
Vale lembrar que, com o objetivo de captar recursos para atender requisitos regulatórios após várias perdas mensais, o IRB realizou uma oferta de ações de pouco mais de R$ 1 bilhão no ano passado, com cada papel saindo a R$ 1.
O BTG tem recomendação “neutro” para o IRB, com preço-alvo de R$ 27.
A Genial, embora enxergue a companhia caminhando gradualmente em direção a uma melhora de rentabilidade, tem recomendação de “vender”, com preço-alvo de R$ 21. A corretora considera o investimento de alto risco e avalia outras opções mais interessantes na Bolsa.