Como investir em fundos de infraestrutura?; FIP-IE pode render IPCA+17%
O fim de 2023 se aproxima e investidores procuram formas de diversificar os investimentos em meio à redução da taxa básica de juros (Selic), na qual tira um pouco de fôlego dos rendimentos da renda fixa.
Uma das alternativas pode ser os fundos de investimentos em participações (FIP-IE). Contudo, eles têm um longo caminho para crescer e serem explorados no Brasil.
Os FIP-IE são destinados ao financiamento dos setores de energia, transporte, saneamento e irrigação. Por isso, eles são investimentos de longo prazo. Além disso, são veículos fechados, de renda variável e administrados por uma gestora de private equity.
Fundo de investimento tem ‘avenida’ de oportunidades
Apesar da avenida de oportunidades que o ativo oferece, o sócio da BRZ Investimentos, José Neto, ressalta que a complexidade do processo de investimentos no país “é enorme”.
“O Brasil tem baixo investimento em infraestrutura, média de 2,1%, enquanto o ideal seria de 4,3%, conforme o PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro. Há um gap de investimentos no país. O que abre oportunidades para apostar nesses fundos”, comenta.
Os investimentos em fundos de participações começaram no Brasil em 2007. Os ativos devem ter no mínimo dez cotistas e o maior cotista não pode ter mais de 40% de participação no FIP-IE.
O investidor pessoa física é isento de tributação, assim como os rendimentos do fundo. A taxa de retorno pode chegar ao índice oficial de inflação (IPCA) + 17%.
“É uma classe de ativos que estava em ascensão, mas a pandemia [de covid-19] pausou isso. As cotas apanharam muito entre 2020 e 2021. Porém, estão se recuperando”, diz o também sócio da BRZ Investimentos, Ricardo Profeta.
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Como investir em FIP-IE de portos?
Enquanto o mercado de FIP-IE estava aquecido, a BRZ Investimentos fez a oferta pública inicial de cotas (IPO, na sigla em inglês) de seu fundo para investimento em portos.
Com isso, em 2020, o BRZ Infra Portos (BRZP11) entrou no mercado com investimentos no Porto de Itapoá, em Santa Catarina. A gestora tem participação indireta de 22,9% no Porto.
O BRZP11, um dos 18 fundos de participações listados na B3, tem isenção de Imposto de Renda (IR) e alíquota zero para ganha de capital.
Fundo projeta pagar dividendos de R$ 5,64
Profeta explica que, diferentemente dos fundos imobiliários (FIIs), o fundo de participação não tem o dividend yield (DY – retorno com dividendos) como métrica.
Desta forma, o dividendo do BRZP11 está em torno de R$ 0,50 por cota ao mês, com projeções de chegar a R$ 5,64 por ano até junho de 2024.
“Nossas estimativas mostram um potencial para atingir a R$ 20 por cota por ano até 2031. Tendo pagamento mensal de R$ 1,66. Isso dá TIR [taxa interna de retorno] estimada de IPCA + média de 16%”, explica o gestor do FIP-IE que tem 3,5 mil cotistas e valorização de 22% no acumulado de 2023.
As projeções da BRZ para o seu fundo de participação não são em vão. Segundo Profeta, o Porto de Itapoá está passando por uma expansão de 10 mil metros quadrados de área.
Hoje, o terminal tem 340 mil metros quadrados de área operacional e movimenta 10 de milhões de TEUs (um TEU equivale a um contêiner de 20 pés).
“Temos um momento muito oportuno de investimento nesse tipo de negócio porque a curva de receita, lucro e Ebtida de Itapoá é crescente”, finaliza o sócio da BRZ Investimentos.