Como Ibovespa, dólar e juros devem reagir ao segundo turno? Analistas comentam
Ativos domésticos devem reagir positivamente ao resultado do primeiro turno mais acirrado do que o previsto entre Lula e Bolsonaro (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)
A disputa em segundo turno entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não é uma surpresa para o mercado. Muito menos a diferença de votos entre eles, na qual Lula lidera com 47,9% dos votos válidos e Bolsonaro com 43,6%. Até às 21h35 (de Brasília), 97,25% das urnas haviam sido apuradas.
Analistas comentam que, não sendo surpresa, os ativos domésticos devem reagir positivamente ao resultado do primeiro turno.
O sócio-analista da Ajax Asset, Rafael Passos, avalia que o desempenho do índice Ibovespa e das ações, principalmente, as estatais – como a Petrobras -, tende a ser positivo.
Em relação ao dólar e aos juros futuros, ele pondera que os fatores externos podem influenciar no comportamento desses ativos. Porém, também podem ter desempenho positivo reagindo ao resultado “bastante acirrado”, diz.
Segundo turno
O estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz, avalia que, no segundo turno, Lula e Bolsonaro precisão conquistar o eleitor que não é deles. “No caso, é o eleitor de centro e os dois precisarão amenizar os discursos para conquistar esse eleitorado”, avalia.
Lula teve mais de 55,2 milhões de votos, enquanto poucos mais de 50,3 milhões de eleitores escolheram Bolsonaro, que liderou em 13 estados, além do Distrito Federal.
A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, adianta que a volatilidade deve ganhar força nas próximas semanas em meio à disputa acirrada entre o atual e o ex-presidente.
“Os candidatos vão ficar mais expostos em relação aos temas econômicos e com o mercado muito atento aos nomes que podem compor as equipes deles”, comenta.
Congresso liberal
Passos, da Ajax, diz que, preliminarmente, é possível desenhar um Congresso, tanto a Câmara dos Deputados, quanto o Senado, mais inclinado às pautas liberais, o que sustenta a ideia de que os ativos domésticos podem reagir positivamente, amanhã, ao segundo turno.
“Além do mais, o mercado não estava trabalhando com a diferença que as pesquisas eleitorais estavam dando, algumas de até 10 pontos percentuais. Sendo assim, sem surpresas com esse segundo turno mais acirrado”, comenta o sócio-analista da Ajax Asset, acrescentando que o Senado passará por uma grande renovação.
O CIO da TAG investimentos, Dan Kawa, ressalta que a vitória de diversos candidatos de direita e centro-direita reduz o risco de um eventual governo de Lula ser excessivamente à esquerda, dado a enorme oposição que irá encontrar. “Espero uma reação positiva dos ativos locais”, reforça.
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