Como fica o Brasil se China e Estados Unidos entrarem em guerra?
No começo da semana, o mercado viu a tensão entre a China e os Estados Unidos aumentar com a visita da presidente da Câmara americana Nancy Pelosi a Taiwan. A China não reconhece a independência da ilha e também já está há alguns anos em guerra econômica velada com os Estados Unidos – que tenta diminuir a sua dependência fabril e tecnológica do país asiático.
É natural que o mercado tema um conflito entre as duas nações. Afinal, estamos falando dos dois maiores países do mundo, responsáveis por grande parte da cadeia de fornecimento global.
Mas, por mais que uma guerra entre os dois países seja remota, uma pergunta fica no ar: é o Brasil nessa história toda?
Vale lembrar que tanto a China quanto os EUA são os nossos maiores parceiros comerciais. Só no primeiro semestre, as exportações para a China, Hong Kong e Macau somaram US$ 55,81 bilhões. Para os Estados Unidos, foram US$ 20,93 bilhões em exportações.
“Por mais que o Brasil não se envolvesse diretamente, não há nenhuma dúvida de que isso reverberaria fortemente aqui. Não tanto pela guerra física, mas a guerra econômica de sanções que colocaria em cheque muitos aspectos da nossa economia”, afirma Fernando Bueno, Coordenador de Gestão Internacional da Blue3.
Existem dois grandes problemas, um mais logístico e outro diplomático. O primeiro é que, se a China se envolve em uma guerra, as demandas econômicas mudam, assim como portos e aeroportos tendem a ser fechados.
Nisso, grandes setores brasileiros ficam sem ter como atender o mercado chinês. “Entre os produtos que a gente mais exporta para lá estão minério de ferro, soja e petróleo. Toda a indústria que envolve esses produtos seria afetada e elas são muito relevantes para o Brasil”, aponta Fernando.
Ele ainda lembra que a China também é uma grande importadora de outros produtos brasileiros, como carne bovina, aves e celulose.
A segunda questão envolve parcerias políticas. Por mais que o Brasil procure adotar uma postura neutra, historicamente, o governo brasileiro tende a ficar do lado dos Estados Unidos. Nesse caso, seria difícil ignorar possíveis sanções econômicas sem gerar atrito com os americanos.
Por outro lado, vale destacar que o Brasil é uma potência energética e agrícola. As commodities são de extrema importância em um cenário de guerra, onde há escassez e quebra da cadeia de comércio mundial.
“O Brasil seria um país privilegiado do ponto de vista de ser um aliado de qualquer um dos países e até poderia se beneficiar com a situação para exportar alimentos e energia”, afirma Fernando.
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