Como este empreendedor faturou R$ 32 milhões dando aulas de Excel?
O ano era 2015, quando aos 23 anos, João Paulo Martins descobriu sua vocação para empreender. No fim de sua graduação em engenharia de produção, o então estudante decidiu dar aulas de Excel.
De início, o objetivo era ajudar os colegas de faculdade que tinham dificuldade em utilizar o programa, para que assim, eles pudessem conseguir estágios.
O jovem empresário, então, criou no mesmo ano a Hashtag Treinamentos, inicialmente com cursos presenciais em Niterói. De lá cara cá, o negócio cresceu e, atualmente, a companhia é a principal empresa especializada em Excel da América Latina, com mais de 1 milhão de alunos inscritos. No último ano, a Hashtag Treinamentos faturou R$ 32 milhões.
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Expansão
Em entrevista ao Money Times, Martins contou que história da Hashtag Treinamentos começou em uma sala alugada, que teve a primeira turma estabelecida em novembro de 2015.
No ano seguinte, ele conheceu João Paulo Lira, que se tornou seu sócio. Juntos, planejaram uma expansão para a Hashtag. A empresa deixou as fronteiras de Niterói e o curso chegou à cidade do Rio de Janeiro, onde começou a atender cerca de cem alunos por mês.
No mesmo ano, Lira e Martins deixaram as empresas L’Oreal e a Visagio, onde estagiavam, respectivamente, para se dedicarem completamente ao negócio. A empresa também passou a fazer parte do meio digital.
Os cursos testados, que até então eram presenciais, foram reestruturados e passaram a ser ministrados de forma online. Com isso, a Hashtag expandiu o número de cursos e de professores especialistas.
Hoje, a companhia se divide em duas frentes: Hashtag Treinamentos (com cursos de Excel, Power BI, VBA e PowerPoint) e Hashtag Programação (com cursos de Python, Ciência de Dados, SQL e Javascript).
Desafios
Além de abrir mão dos momentos com os amigos de faculdade e ter de administrar com cuidado a rotina para saber quais planos priorizar, os sócios também encontraram outros desafios na jornada do empreendedorismo, como aprender coisas as quais eles nunca tiveram contato.
“Acho que um empreendedor, nesse começo, acaba tendo que correr atrás, de forma quase que obrigatória, de temas que a gente não aprende na escola e não aprende na faculdade”.
Outros desafios giravam em torno de saber como contratar, liderar e comunicar ideias. No aspecto financeiro, as questões eram como pensar em estratégias de venda e fazer o negócio crescer.
Em relação à parte contábil do negócio, as dúvidas ficavam ao redor de por qual caminho seguir. Ser Eirelli (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada) ou MEI (Microeemprendedor Individual).
“Essas decisões sobre construção do negócio, essa parte do aprendizado, certamente, foi muito desafiadora no começo e é até hoje. Porque, à medida que o negócio vai crescendo, os desafios do negócio vão mudando também”, destaca.
Vocação empreendedora
Martins destacou que sempre teve desenvoltura para apresentar trabalhos e que falar em público nunca representou uma espécie de “trava” para ele.
“Às vezes, antes de começar a aula ou no intervalo, eu sentava com um colega de turma e mostrava, ‘olha essa análise aqui que fiz no Excel, olha esse gráfico, essa tabela, essa ferramenta pouco conhecida’. E percebi que as pessoas conseguiam entender a forma como eu explicava aquele tema”.
Quando se deu conta de que era compreendido, ao lado do sócio, Martins resolveu fazer uma aula gratuita na própria faculdade em que estudavam. Os ensinamentos tiveram duração de quatro horas.
“Nessa aula, a gente percebeu que realmente conseguimos ensinar, as pessoas estavam gostando da forma como a gente estava fazendo a aula ali: informal, didática e direto a prática do que o que eles iam encontrar dentro de uma empresa”, explica.
E completa dizendo que, foi neste momento, que o jovem empreendedor percebeu que poderia fazer algo maior.