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Como estão sobrevivendo os games mobile em meio à quarentena?

04 abr 2020, 16:08 - atualizado em 02 abr 2020, 13:36
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(Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Os jogos de celulares, mais do que uma tendência, são hoje uma certeza no mercado de games. Do gamer mais hardcore à vovó moderninha, todo mundo tem algum jogo preferido, ou ao menos já o experimentou alguma vez. Os jogos simples e de sessões curtas se tornaram o passatempo ideal para usar no transporte público, ou quando você precisa matar o tempo fora de casa, enquanto está numa fila, por exemplo.

Atualmente, o mercado de games para celular é uma indústria que movimenta US$ 68 bilhões, o equivalente a 46% de todo o mercado de game no planeta, segundo dados do instituto de pesquisa Newzoo. A expectativa, antes da pandemia do novo coronavirus (covid-19), era que o setor alcançasse a marca de U$ 180 bilhões em 2021. Mas, com um terço do mundo em quarentena forçada, como será que a crise do coronavírus tem afetado a indústria de jogos eletrônicos?

Um dos impactos mais evidentes se deu com o Pokémon Go, um dos games mais populares do momento. O jogo que usa elementos de realidade aumentada e exige que você vá para a rua  – à caça de pokémons, busca de itens ou batalhas -, por motivos óbvios foi bastante impactado pelos últimos acontecimentos. Quem conhece o game sabe como o jogo fica praticamente inviável se você ficar parado no mesmo lugar, principalmente se ali não houver nenhum elemento de realidade virtual como as poképaradas, necessárias para resgatar itens, ou ginásios onde você pode batalhar.

Para minimizar isso, a Niantic, desenvolvedora do game, alterou algumas regras para tornar o jogo mais interessante. Ela aumentou a quantidade de monstrinhos que aparecem no game e ofertou um conjunto de 30 incensos ao preço módico de uma moeda virtual. O item, que atrai ainda mais pokémons para perto do jogador, ficará ativo durante uma hora, o dobro do tempo normal. Além disso, as poképaradas darão caixas de presentes com mais frequência. Essas caixas podem ser normalmente enviadas a amigos, mas agora elas entregarão ainda mais itens. Para completar, a distância necessária para chocar os ovos de Pokémon foi reduzida pela metade.

A estratégia deu certo: o faturamento de Pokémon Go tem crescido durante a pandemia de covid-19. Segundo o instituto de pesquisar Sensor Tower, jogadores do mundo todo desembolsaram US$ 23 milhões na semana do dia 16, um aumento de 66,7% em relação à semana anterior. A Niantic também passou a adotar medidas semelhantes para incentivar a jogatina em casa em outros games, como Harry Potter: Wizards Unite e Ingress Portals. A concorrência também implementou a mesma estratégia em jogos como Minecraft Earth.

Outros games que não exigem que você saia de casa talvez não precisem de grandes incentivos. Apesar da concorrência com a TV e o uso da rede de wi-fi em casa – consoles de games, jogos de computador ou serviços de streaming como Netflix – muitos games mobile foram favorecidos no período de quarentena na China. Sucessos locais como Honor of Kings e Peacekeeper Elite quebraram recordes de usuários ativos online já no início de fevereiro, chegando a alcançar marcas cada vez mais altas de faturamento ao longo dos dias.

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A Apple já anunciou que prevê uma baixa na venda de modelos de iPhone por conta nos atrasos de fabricação do aparelho (Imagem: Unsplash/@drewcoffman)

No médio e longo prazo, os games mobiles podem sofrer efeitos negativos por conta da queda de produção de celulares. A Apple já anunciou que prevê uma baixa na venda de modelos de iPhone por conta nos atrasos de fabricação do aparelho. A Samsung também tem suspendido a produção em suas fábricas pelo mundo, inclusive no Brasil.

Se você faz questão de jogar na televisão quando está em casa, vale lembrar que muitos jogos mobile oferecem experiências adaptadas para telas grandes e uso de controles externos, seja conectados via cabo ou sem fio. Serviços como o Apple Arcade e o Google Play tornam essa experiência híbrida ainda mais fácil, bastando apenas logar no app em dispositivos diversos como celulares, tablets, Android TV ou Apple TV.

Por Guilherme Neto, apresentador do quadro Fliperama no programa Stadium.

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