Como escolher uma startup para chamar de sua?
Olá leitor do Money Times!
Ainda vou desenvolver uma trilha de conhecimento sobre o mercado de Venture Capital e o investimento em startup, mas esta postagem é importante a partir do momento em que, na coluna anterior, critiquei o mercado nacional e a perspectiva de maximizar rendimentos em Venture Capital aplicando em segmentos de pouca representatividade no país e alto potencial global, como cannabis, inteligência artificial e condução autônoma, por exemplo.
Mas novamente como dito antes: aqui está longe de ser um lugar ruim para investir em startups – muito pelo contrário: existem excelentes segmentos a explorar por aqui. Mas vamos falar posteriormente em cada um.
A questão é: como escolher uma startups para investir?
Vou partir da premissa que que você é pode ser um investidor-anjo, ou seja, fará o primeiro aporte numa empresa. O primeiro cheque é um divisor de águas no processo de validação do negócio, pois é geralmente aonde todas as estruturas societárias serão construídas.
O ideal é já existirem – e isso é um diferencial para quem está procurando investimento, mas deste momento nunca passa.
Seja você potencial investido ou investidor, tenha em mente as seguintes premissas antes de começarmos a nossa trilha de conhecimento sobre investimentos em startups, o famoso Venture Capital:
– Pessoas: startups é sobre pessoas, e sempre será. Negócios mudam, podem dar lucro ou não, são passíveis de pivotagem. Mas é a equipe e sua operação que determinam o sucesso. A composição do time inicial e o ganho de escala dentro de uma forte cultura é fator determinante para o sucesso do projeto.
– Mercado: Brasil tem um mercado muito grande – o SoftBank não colocaria US$ 5 bilhões na América Latina sem ver grande potencial. Tem grandes gargalos em mercados com muito potencial e carência de startups para desenvolvimento de soluções – diferente de praças como Europa e EUA. No entanto falta mão-de-obra, o que faz com que o item anterior tenha peso redobrado. Mas mercado é algo um ponto importante.
– Problema/solução: o anglicismo problem-market fit é um termo fundamental num mundo das startups e venture capital. Afinal de contas é que traz usuários e receitas (leia-se escala) para dentro de casa. Mas como é uma variável que pode mudar a qualquer instante adiante mudanças de macro (economia) e microambiente (concorrência), pode mudar durante o processo de desenvolvimento do projeto.
– Resultados: É importante ter ótimos resultados mas… lembre-se: startups não é uma Petrobras, ou uma Magalu: trata-se uma empresa que está num estágio de “comer caixa” pra acelerar o estágio de crescimento. Ou seja, é mais importante ter uma trajetória de crescimento sólido e acelerado do que necessariamente lucro num primeiro momento. Mas lógico: a perspectiva de a empresa apresentar lucro ou uma operação final que traga liquidez aos acionistas (M&A, IPO, nova rodada, redução de CAPEX, etc) é fundamental. Empresa com fluxo de caixa negativo não fica em pé.
– Jurídico & Governança: Este ponto é incrível, demanda tempo e compreensão. Logo passa batido e gera dor de cabeça em ambos os lados: conhecer termos, pontos críticos e organizar a casa para rodada de investimentos, organização de dados, reportes e próximos passos para que a empresa possa ser uma base sólida de crescimento lucrativo a todos os seus sócios. Recomendo fortemente estudar sobre este segmento.
Você pode começar inclusive pelos meus posts! ?
Ao longo das minhas próximas colunas vou ensinar a vocês como começar a investir em startups, seja diretamente como um anjo, ou através de fundos aqui e no exterior. No meio do caminho trarei análises sobre oportunidades e negócios que aparecerão neste setor cada vez mais agitado no país – previsão recorde de movimentação de R$ 6,8 bilhões em 2019, segundo a KPMG.