Como empresas de serviço público podem se proteger das mudanças climáticas
As intensas transformações climáticas têm desafiado as empresas, especialmente aquelas ligadas aos setores de água e energia.
Um exemplo marcante ocorreu na primeira semana de novembro na cidade de São Paulo, onde milhares de famílias ficaram dias sem energia após as fortes chuvas que atingiram a capital. Esses episódios destacam a vulnerabilidade da infraestrutura e a necessidade de as empresas adotarem medidas robustas em relação às práticas ESG.
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Seguro para as empresas públicas de energia e água
Empresas do setor de energia e água desempenham um papel crucial, não apenas por sua responsabilidade ambiental, mas também pelo impacto social de suas operações.
A questão que fica é sobre quem pagará a conta no curto prazo diante desses eventos climáticos extremos. Sem um cenário de prevenção de crise, as empresas enfrentam custos adicionais para reparar danos, fortalecer infraestruturas e melhorar a operação.
Para proteger e amenizar essas ocorrências, garantindo ao mesmo tempo, a previsibilidade para os consumidores, algumas estratégias podem ser adotadas, como o seguro paramétrico, que é uma modalidade que não se baseia na avaliação direta dos danos ocorridos, mas sim em parâmetros predefinidos.
Dessa forma, em vez de analisar os prejuízos após um evento, o pagamento é acionado automaticamente quando determinadas condições, como intensidade do vento, quantidade de chuva, temperatura, entre outros, atingem níveis pré-estabelecidos.
Os seguros paramétricos representam uma inovação significativa no setor de seguros. Essa abordagem oferece uma solução eficaz, especialmente em situações relacionadas a eventos climáticos extremos, fornecendo uma resposta rápida e previsível diante de eventos pré-definidos.
Além disso, esse tipo de seguro pode trazer vantagens, como:
- Rapidez na indenização;
- Previsibilidade financeira para segurados e seguradoras, uma vez que os pagamentos são acionados com base nos critérios anteriormente combinados;
- Redução de disputas, ou seja, por meio dos parâmetros estabelecidos o processo é mais transparente e eficiente.
Desafios das mudanças climáticas
Ao mesmo tempo, a ausência de dados históricos pode ser um desafio na definição de dados confiáveis. Além de uma evolução na regulação dos seguros paramétricos que incentive o desenvolvimento desses produtos no Brasil, é necessário que haja um esforço do mercado segurador e dos consumidores para compreenderem sobre os benefícios e a aplicabilidade dessa modalidade.
No caso do setor público, a exigência e fiscalização podem ser mais desafiadoras devido à complexidade das estruturas governamentais.
As seguradoras, ao incentivarem tais práticas, desempenham um papel significativo na promoção da segurança e na construção de comunidades mais preparadas para enfrentar os desafios decorrentes de eventos críticos.
Esse ganho indireto para a população demonstra como os seguros não apenas oferecem proteção financeira, mas também desempenham um papel ativo na promoção da segurança e da resiliência a longo prazo. Isso não só beneficia as próprias companhias, mas também tem implicações positivas para a sociedade em geral.
Ao adotar uma abordagem equilibrada que considera a responsabilidade ambiental, social e de governança, as empresas podem proteger os consumidores, garantindo, ao mesmo tempo, a viabilidade a longo prazo de suas operações. A transparência e a comunicação aberta desempenham um papel fundamental na construção da confiança e do entendimento mútuo entre as empresas e seus clientes.