Setor Automotivo

Como crise da Argentina freou a indústria automotiva no Brasil

09 dez 2023, 15:41 - atualizado em 09 dez 2023, 15:41
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As montadoras alocadas no Brasil deixaram de exportar em torno de 95 mil carros para a Argentina neste ano. (Imagem: Reuters)

A Argentina vive uma das suas maiores crises das últimas décadas, com uma hiperinflação que já acumula alta de 142,7% em 12 meses. Apesar de o problema econômico seja fora das fronteiras brasileiras, a indústria automotiva nacional vem sofrendo junto com o país vizinho.

Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as montadoras alocadas no Brasil deixaram de exportar em torno de 95 mil veículos para a Argentina neste ano. Entre janeiro e novembro, as exportações do setor registraram uma queda de 16%.

O país latino é o principal destino das exportações da indústria automotiva brasileira. No entanto, a estimativa é de que a entrada de carros brasileiros na Argentina caiu de 49% para 27% nos últimos quatro anos.

No mês de novembro, as exportações como um todo caíram 23% em relação a outubro, sendo que 24,1 mil veículos foram embarcados. Já no comparativo anual, as exportações recuaram 44,6%.

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Crises atrapalham produção de carros no Brasil

Com um consumo menor, a produção de carros no Brasil também vem diminuindo. Os dados da Anfavea apontam para um recuo de 1,1% entre meses de janeiro e novembro. No ano, até agora, foram produzidos 2,15 milhões de carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus no mês passado.

No entanto, quando comparado com o mesmo período que o ano passado, a produção de veículos registrou uma queda anual de 6,1% em novembro. Ao todo, foram montados 202,7 mil unidades.

Brasileiros compram mais, mas também importam mais

No quesito vendas domésticas, os números são melhores: a alta anual foi de 4,2% em novembro, totalizando 212,6 mil unidades. Já no acumulado do ano, o crescimento é de 9,1%, somando 2,06 milhões de veículos.

No entanto, aumentaram também as importações, puxadas principalmente pelos carros elétricos. A entrada dos importados passou de 14,7% em novembro do ano passado para 16,8% no mesmo período de 2023.