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Como brasileiros podem tirar proveito do calote da dívida dos EUA e fazer dinheiro

11 maio 2023, 15:10 - atualizado em 11 maio 2023, 15:10
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Calote da dívida dos EUA tem impactos limitados no curto prazo, mantendo patamar elevado da renda fixa, inclusive no Brasil. (Imagem: Flickr/Marcos Corrêa/PR)

A preocupação nos mercados financeiros só aumenta em relação ao iminente teto da dívida dos Estados Unidos. Embora a volatilidade esteja à espreita, investidores brasileiros podem tirar proveito do possível calote da dívida dos EUA.

Conforme dados oficiais, os EUA agora atingiram o limite estatutário de dívida de US$ 31,4 trilhões e o excederam.

Consequentemente, sem uma ação do Congresso, o Tesouro dos Estados Unidos ficará sem dinheiro nas próximas semanas em junho.

“O calote em títulos ou contas do Tesouro dos Estados Unidos, a própria definição de um ativo livre de risco, é quase impensável. Isso perturbaria ativos de risco de todos os tipos”, explicam os gestores Jim Cielinski e Garrett Strum, da Janus Henderson Investors.

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Calote dos EUA

Na visão dos gestores, o risco real de um calote da dívida público dos EUA (a data X) é extremamente remoto, abaixo de 1%.

No entanto, como um risco de cauda, pequenas mudanças na narrativa podem mover os mercados.

Portanto, um aumento na probabilidade de inadimplência de 0,2% para 5,0%, por exemplo, enviaria ondas de choque por muitas partes do mercado, incluindo o Brasil.

A maioria das estimativas sugere que a data X possa acontecer em julho ou agosto, embora possa ser mais cedo.

Segundo a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, os cofres podem ficar vazios para honrar investidores já a partir de junho.

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Os investidores estão exigindo um prêmio de rendimento considerável para manter títulos com vencimento logo após a data X prevista.

Se tudo falhar, o Tesouro dos EUA pode deixar de cumprir alguns vencimentos e pagamentos de juros aos investidores. E mesmo nesses casos, os detentores de dívida estariam altamente confiantes de serem “totalmente ressarcidos”.

Nenhuma perda seria realizada, embora o caminho fosse muito acidentado, segundo especialistas da Janus Henderson Investors.

O Tesouro da Reserva Federal teria uma série de estratégias não testadas à sua disposição, como recompra de títulos em inadimplência a valor total, enormes instalações de recompra de curto prazo e a aceitação de títulos em inadimplência em suas instalações de liquidez do mercado monetário.

“Isso explica por que os primeiros sinais de volatilidade têm sido limitados a mercados de curto prazo, com a renda fixa pagando prêmio elevado entre junho a agosto, com efeitos positivos em outros países”, na visão da gestora.

Além disso, a iminência de uma recessão nos EUA em 2023 tende a beneficiar investimentos no Brasil segundo informações publicadas por colunista do Money Times.