Estados Unidos (EUA)

Como atentado contra Trump afeta o mercado e as eleições nos EUA

15 jul 2024, 10:49 - atualizado em 15 jul 2024, 10:49
Donald Trump atentado eleições mercado política
Futuros de Wall Street, dólar e Bitcoin avançam após atentado contra ex-presidente Donald Trump. (Imagem: Reuters)

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sofreu um atentado no último sábado (13), durante um comício na Pensilvânia e o caso já está repercutindo tanto no campo político, quanto no econômico.

Os futuros de Wall Street avançam nesta segunda-feira (15) e o Bitcoin (BTC) dispara mais de 5%, acima dos US$ 62 mil, com o mercado já precificando uma vitória de Trump na corrida eleitoral para a Casa Branca, que acontece em novembro.

Vale lembrar que Trump vem se posicionando a favor das criptomoedas nas últimas semanas e uma eventual vitória do republicano deve aquecer o mercado das moedas digitais.

Christian Gattiker, head de Pesquisa da Julius Baer, destaca que a tentativa de assassinato de Trump pode levar os investidores a buscarem ativos mais seguros.

“A reação imediata do mercado de ações é difícil de prever em casos tão extraordinários. É bem possível que refúgios seguros como o dólar americano, o ouro, o franco suíço, títulos governamentais aparentemente seguros e ações de alta qualidade sejam procurados no curto prazo”, afirma.

Além disso, se Trump de fato vencer as eleições americanas, a expectativa é de mudanças mercado a partir de 2025, com maior pressão em relação à política monetária do Federal Reserve, redução dos impostos para bilionários e políticas mais favoráveis aos negócios.

“A rapidez com que essa reviravolta pode ocorrer depende em grande parte de quão rápida e bem-sucedida os republicanos podem transformar esse choque em capital político”, completa Gattiker.

Matheus Spiess, estrategista da Empiricus, aponta para uma alta do dólar, puxado pela preservação ou expansão dos cortes fiscais e o aumento das tarifas, caso Trump volte à Casa Branca.

“Uma expansão dos cortes fiscais aumentaria drasticamente os déficits, fortalecendo ainda mais o dólar americano. Além disso, uma economia americana forte também reforça o dólar”, destaca. Nesta manhã, o dólar avançava 0,61%, cotado a R$ 5,4576.

Como fica a corrida eleitoral nos EUA

Do lado político, o cenário ainda é conturbado. “A tentativa de assassinato do ex-presidente dos EUA, durante um comício no sábado, transformou uma campanha já volátil e imprevisível, marcada por retóricas acirradas e opiniões radicalizadas”, afirma Spiess.

Durante o atentado, Trump conseguiu uma foto histórica: ele, ensanguentado, com o pulso erguido e diante de uma bandeira norte-americana. Na ocasião, ele ainda teria proferido “Lute! Lute! Lute!”, para seus apoiadores — uma cena e tanto para a sua campanha eleitoral.

Mesmo com o atentado, foi mantida a Convenção Nacional Republicana, que acontece nesta segunda e onde Trump deve ser confirmado como candidato do partido para as eleições de 2024.

“Com base nos terríveis eventos de ontem, eu ia adiar minha viagem para Wisconsin e a Convenção Nacional Republicana por dois dias, mas acabei de decidir que não posso permitir que um ‘atirador’ ou potencial assassino force mudanças no cronograma, ou em qualquer outra coisa. Portanto, partirei para Milwaukee, como planejado, às 15h30 hoje. Obrigado!”, escreveu o ex-presidente em suas redes sociais.

Enquanto isso, os Democratas precisam decidir se seguem com Joe Biden como candidato para reeleição ou se buscam por um nome mais novo. Vale lembrar que a idade de Biden vem gerando dúvidas sobre sua capacidade de governar o país.

Discurso de Biden

Na noite de domingo (14), Biden fez um pronunciamento a respeito do atentado contra Trump. Segundo ele, não importa quão forte sejam as convicções de cada um, nunca se deve partir para a violência.

“A política nunca deve ser um campo de batalha ou, Deus me livre, um campo de morte” disse Biden. “Precisamos resolver nossas diferenças nas urnas”, completou.

Biden ainda disse que chegou a conversar com Trump e que está “sinceramente grato por ele estar bem e se recuperando”.

O presidente americano também ordenou uma investigação independente sobre o ataque no comício na Pensilvânia e reforçou a equipe de segurança do ex-presidente.

Repercussão do atentado contra Trump

Por aqui, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em suas redes sociais que o atentado contra o ex-presidente Trump deve ser repudiado por todos os defensores da democracia e do diálogo na política. “O que vimos hoje é inaceitável”, escreveu Lula.

Já o ex-presidente Jair Bolsonaro se disse solidário ao Trump e desejou pronta recuperação. “Nos veremos na posse”, escreveu.

No âmbito internacional, o presidente francês Emmanuel Macron desejou uma rápida recuperação à Trump e disse que o atentado é uma tragédia para a democracia. “A França partilha o choque e a indignação do povo americano”, completou.

O primeiro-ministro britânico Keir Starmer disse estar chocado com as cenas chocantes no comício do presidente Trump. “A violência política em qualquer forma não tem lugar em nossas sociedades e meus pensamentos estão com todas as vítimas deste ataque.”

Já o ex-presidente Barack Obama afirmou que não há espaço para violência política na democracia. “Embora ainda não saibamos exatamente o que aconteceu, todos nós deveríamos estar aliviados que o ex-presidente Trump não tenha se machucado seriamente, e usar este momento para nos comprometermos novamente com a civilidade e o respeito em nossa política”, disse nas redes sociais.

Editora
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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