Coluna do Valério Klug

Como aproveitar os contratos futuros de ativos

20 dez 2024, 7:00 - atualizado em 18 dez 2024, 15:05
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Utilizando ativos em posição comprada com o contrato futuro equivalente na posição vendida, é possível realizar um hedge perfeito. (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Estamos acostumados aos contratos futuros sobre o índice Ibovespa, bem como aos contratos futuros de commodities, principalmente boi, milho e café. Recentemente, porém, foram introduzidos no mercado futuro contratos futuros sobre ativos (ações), oferecendo condições para otimizar operações de gerenciamento, hedge e até mesmo especulação.

Esses contratos seguem a regra de ajustes financeiros diários e exigem uma margem de garantia. Um diferencial em relação aos contratos futuros de índices é a margem requerida, que geralmente é de 30%. Isso ocorre porque ativos isolados tendem a apresentar maior volatilidade em comparação com uma carteira teórica diversificada. Ainda não há derivativos disponíveis para todas as ações, mas o Ibovespa tem trabalhado para expandir a lista de empresas que oferecem essa modalidade.

Essa ferramenta pode ser utilizada tanto na posição comprada quanto na posição vendida. Vale lembrar que, devido à margem de garantia sobre um valor maior, essa diferença se transforma em juros. No caso de contratos comprados, o investidor paga uma taxa até o vencimento. Já na ponta vendida, o investidor recebe essa taxa. Os contratos possuem vencimentos mensais, coincidindo com o vencimento das opções, totalizando 12 vencimentos anuais.

Utilizando ativos em posição comprada com o contrato futuro equivalente na posição vendida, é possível realizar um hedge perfeito. É importante, no entanto, atentar-se às margens de garantia e ajustes caso o ativo se valorize, o que pode resultar em débitos de ajustes financeiros na conta. Nessa situação, o ativo é “travado” a uma taxa que o mercado precifica, geralmente próxima à Selic. Entretanto, as expectativas de mercado podem levar a taxas diferentes, sejam elas maiores ou menores.

Uma estratégia recomendada é realizar o hedge parcial da carteira. Por exemplo, cobrindo 50% do volume, o investidor já garante uma taxa sobre metade do portfólio. Assim, em caso de queda de 30% no ativo, a depreciação da carteira seria limitada a 15%. Por outro lado, uma alta de 30% resultaria em uma valorização líquida de 15%, equilibrando maior segurança e permitindo capturar movimentos de alta.

Outra utilidade dos contratos futuros de ações é para especulação por meio de posições alavancadas. Eles podem substituir o aluguel de ações, no qual o investidor paga aluguel e, agora, pode receber uma taxa. Também são uma alternativa mais simples às operações “a termo” e permitem estratégias como o day trade.

No site do Ibovespa, é possível encontrar mais informações sobre os contratos futuros de ações. Contudo, é essencial consultar um agente especializado da sua corretora para obter informações sobre margens, ajustes, garantias, corretagens e regras operacionais. Cada corretora tem sua política de risco, e produtos novos, como esses, ainda estão sendo assimilados. Desinformação pode resultar em liquidações antecipadas, alavancagens incorretas e problemas relacionados ao volume negociado por cliente.

A diversificação do mercado, com o desenvolvimento de novas ferramentas, amplia as possibilidades de gerenciamento de capital. O conhecimento adquirido permite que o investidor tome decisões mais informadas, buscando participar de forma eficiente na riqueza gerada pelos mercados.

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Valério Klug é estrategista de mercado, sócio da Quantse Research, desenvolvimento de tecnologias. Atua no desenvolvimento de sistemas gerencias financeiros, desenvolvimento de algoritmos e plataformas. Com 18 anos de mercado é especialista em modelos de precificação.
valerio.klug@autor.moneytimes.com.br
Valério Klug é estrategista de mercado, sócio da Quantse Research, desenvolvimento de tecnologias. Atua no desenvolvimento de sistemas gerencias financeiros, desenvolvimento de algoritmos e plataformas. Com 18 anos de mercado é especialista em modelos de precificação.
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