Como aproveitar a explosão do agronegócio para embolsar lucros?
Com perspectiva de crescimento de 2,8% em seu PIB (Produto Interno Bruto), segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agronegócio ganha ano a ano relevância na economia brasileira. No segundo trimestre deste ano, o crescimento do setor foi de 0,5% (IBGE) e a perspectiva é de que passe a ser responsável por 30% do desempenho de toda a economia brasileira em poucos anos.
Na última década o PIB da agropecuária aumentou 45%, de R$ 1,6 trilhão em 2012 para R$ 2,3 trilhões no ano passado.
Se forem consideradas, além da produção dos insumos, todas as demais atividades que estejam relacionadas ao agronegócio, a representatividade do segmento no PIB brasileiro já soma 27,6%, segundo os cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), Esalq/USP e a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
Dados da Embrapa, destacam que o agro também está ganhando representatividade nas contas externas brasileiras. Em 2021, o setor exportou US$ 121 bilhões, quase 500% a mais do volume registrado em 2000 e o total tende a crescer.
Para se ter uma ideia, o Brasil encerrou no ano passado com embarques de 86,63 milhões de toneladas de soja, alta de 5,26% ante 2020. Para 2023, as exportações de soja devem somar 91,5 milhões de toneladas, segundo a agência Safras & Mercado.
Os números consolidados demonstram o crescimento da relevância do agro, mas ainda há um caminho longo a ser trilhado para que haja o aumento da produtividade e consequente redução de custos e melhoria das margens. As alternativas de financiamento que se abriram recentemente para o setor, que por um longo tempo permaneceu dependente do crédito bancário e do governo, se tornam cada vez mais relevantes neste sentido.
Até porque as linhas tradicionais de crédito têm crescido aquém das necessidades de capital de giro e de investimentos do setor.
Não à toa, o mercado tem registrado crescimento forte do volume de recursos via instrumentos que passam pela desintermediação bancária e a tendência veio para ficar. No primeiro semestre deste ano, os instrumentos de securitização relacionados ao agro se destacaram em crescimento.
Os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) tiveram a maior alta em volume, de 53,9%, totalizando R$ 16,1 bilhões.
Regulamentados há pouco mais de um ano pela resolução CVM 39, já existem 24 Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros) registrados na B3, que tem cumprido o papel de ampliar o acesso da cadeia produtiva agroindustrial a recursos da poupança pública.
Tais fundos somam um patrimônio líquido de quase R$ 4 bilhões e cumprem o importante papel de aproximar as pessoas físicas de um setor tão representativo da nossa economia.
Os Fiagros são uma importante alternativa para aqueles que buscam diversificar sua carteira no longo prazo e uma forma nova de captação para boas companhias com faturamento de até R$ 1 bilhão, consideradas pequenas para acessarem o mercado de capitais diretamente.
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