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Como aproveitar a alta dos juros dos EUA e lucrar

17 nov 2022, 16:39 - atualizado em 17 nov 2022, 16:43
EUA
“Os juros norte-americanos encontram-se em um intervalo de 3,75% a 4% ao ano, seu maior nível desde janeiro de 2008”, diz o colunista (Imagem: Shutterstock)

Durante a vida do investidor ocorrem momentos especiais e raros, quando o mercado gera oportunidade de multiplicação do patrimônio de uma forma rápida e segura. São as grandes crises na bolsa de valores. Eu já passei por algumas e te garanto, você pode multiplicar seu patrimônio.

Nos últimos 30 anos, com exceção da crise da Pandemia, todas as crises têm as mesmas características:

  1. se iniciam com um aumento na taxa de juros nos EUA;
  2. um crash em algum mercado ou indústria (bolsa, bancos, setor imobiliário);
  3. Ocorre uma recuperação posterior da bolsa.

É justamente no meio do tormento, do medo e da desinformação gerados pela crise que você deve ser corajoso. Lembre-se: “compre ao som de canhões”. A crise te permite comprar ativos com preços super desvalorizados e, após a recuperação (que sempre ocorre), você verá sua carteira ter um crescimento incrível.

Em sua última reunião, ocorrida em novembro deste ano, o Federal Reserve (FED – Banco Central Americano) elevou a taxa de juros dos EUA pela quarta vez consecutiva.

Os juros norte-americanos encontram-se em um intervalo de 3,75% a 4% ao ano, seu maior nível desde janeiro de 2008 (ano que em ocorreu a crise do Subprime).

O aumento da taxa fará as pessoas reduzirem o consumo, antes incentivado pelos juros negativos. Além disso, terão que pagar suas dívidas, que ainda ficam mais caras com o aumento dos juros.

Importante destacar que as famílias americanas estão superendividadas, em níveis semelhantes aos de 2008, quando houve a Crise do Subprime.

Esta crise eclodiu justamente quando as famílias superendividadas deixaram de pagar suas hipotecas, o que quase levou o sistema bancário americano à quebra generalizada.

Voltando ao nosso raciocínio. Sem o consumo crescente as empresas americanas irão reduzir sua produção, demitir funcionários, fechar lojas e unidades industriais.

Com o aumento do desemprego, as pessoas vão consumir menos ainda e não conseguirão pagar suas dívidas.

E, assim, o ciclo vicioso inevitavelmente vai se alimentando e deve gerar uma grande recessão na economia americana em 2023 ou 2024.

As empresas de tecnologia já sentem na pele os efeitos antecipados. As ações do setor listadas na NASDAQ perderam 1/3 do seu valor de mercado. Muitas gigantes do mundo da tecnologia preparam planos de demissão que somam centenas de milhares de funcionários.

E as empresas zumbis, aquelas que priorizam o crescimento ao invés da lucratividade? Aí então podemos esperar o pior cenário… São aquelas que têm grande probabilidade quebrar.

Após o “desmame das tetas do dinheiro fácil”, não conseguirão andar nas próprias pernas nem achar alimento por conta própria. Assim, devem ser atropeladas pela manada de investidores em fuga e devoradas pelos leões e hienas do mercado financeiro. Com certeza, muitas destas empresas irão desaparecer.

Lembre-se da frase de Warren Buffett “É quando a maré baixa que vemos quem estava nadando pelado”

Como aproveitar uma grande crise? Comprando, comprando, comprando muito. E, para isso, você deve ter muito caixa. É o que eu chamo de reserva de liquidez. Essa reserva deve estar em algum tipo de investimento que não tenha relação com a bolsa de valores e que tenha liquidez imediata.

Hoje eu ainda estou comprando ações brasileiras que estão muito baratas, mas estou também reforçando meu caixa porque quero ter munição na hora que começar a caça às oportunidades.

Para você ter ideia de como uma crise se torna uma oportunidade. Em 2020, na Crise da Pandemia, eu tinha muito caixa. A bolsa se desvalorizou 45%, mas muitas ações despencaram 60%, 70% ou mais.

Eu comprei muito, comprei muitas ações, de altíssima qualidade, por preços muito, muito baratos. Em dezembro, com a recuperação da bolsa o meu patrimônio cresceu 154% em 2020 e a minha renda passiva (gerada por dividendos) dobrou em 2021.

Mas então Vicente? Quando vai ocorrer a nova grande crise? Isso é imprevisível. Pode ser amanhã, daqui há 1 ou 2 anos. Não tem como prever uma crise.

O importante é estar preparado financeiramente (com caixa) e mentalmente (para investir quando todos estão com medo e fugindo da bolsa) para aproveitar essas oportunidades raras e únicas.

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