Como a retomada da Argentina anima a Kepler Weber (KEPL3); CFO fala sobre efeitos dos juros e guerra comercial

O CFO da Kepler Weber (KEPL3), líder na América Latina em soluções de pós-colheita, Renato Arroyo, em entrevista ao Money Times, explicou que a companhia segue atuando em todas as regiões do Brasil, mas que o negócios internacionais seguem como um dos focos da companhia.
“Crescemos 78,8% no segmento de negócios internacionais em 2024. Os nossos maiores clientes estão concentrados no Uruguai e Paraguai, e vemos com muito otimismo a retomada da Argentina no cenário macroeconômico. Passamos 5 anos sem vender para o país e voltamos a vender no ano passado, algo que aponta para uma melhor perspectiva de vendas em 2025″.
Arroyo comentou que a Argentina produz entre 130 e 150 milhões de toneladas e que isso gera oportunidades para a Kepler Weber.
“Podemos ter um crescimento célere na Argentina, o que nos propicia a crescer um país que já estamos de olho para os próximos anos. Queremos atender os clientes argentinos da melhor possível”.
KEPL3: Os efeitos da guerra comercial, juros altos e déficit de armazenagem
Perguntado sobre os efeitos da guerra comercial e das tarifas impostas por Donald Trump, o CFO enfatizou que o aço é o principal insumo da companhia em termos de custos.
“Se pegarmos 2023 contra 2024, houve uma queda de 15% para o aço. Isso resulta numa redução de preços. Estamos protegidos quanto a isso, não corremos risco com oscilações, mas esse recuo nos preços também atinge o faturamento. Olhando para a guerra comercial, se for igual aconteceu em 2018, podemos ver um cenário positivo para Kepler, porque passamos a ter outras vias para escoar, como é o caso da China”.
Outra questão que atrapalha a companhia é a questão dos juros mais elevados, mas Arroyo explica que fatores como safra recorde, crescimento dos preços das commodities e desvalorização do real propiciam a Kepler Weber a crescer mais no setor internacional e nacional.
“O déficit de armazenagem no Brasil era de 30% em 2024 e tende a crescer para 36%. Este é o nosso ‘alimento’. O insumo principal da nossa tese. Fora isso, o ambiente de negócios deve melhorar com o avanço das colheitas”.