Como a Petrobras (PETR4) pode inviabilizar venda de fatia da Braskem (BRKM5)
O BTG Pactual avalia que a Petrobras (PETR4) pode representar um risco para a compra de participação da Braskem (BRKM5) pela Apollo e a Adnoc.
Desde a última sexta-feira (5), o mercado vem avaliando uma potencial compra pela petroleira estatal Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc), em parceria com a gestora Apollo, da participação da Novonor, antiga Odebrecht, na Braskem.
A empresa brasileira detém as ações da petroquímica como garantia para seus bancos credores desde 2019, quando entrou em recuperação judicial.
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Segundo o BTG, caso a compra seja realizada, com um preço de R$ 47 por ação, a participação da Novonor na Braskem valeria R$ 14,4 bilhões, alinhando seus interesses (resolvendo grande parte de sua dívida) com os dos credores (recuperando parte de seu investimento).
Atualmente, as ações da empresa são negociadas a R$ 26. No último mês, os papéis tiveram um aumento de 36%.
Além disso, a Novonor detém 50,1% do capital votante da petroquímica. Os outros 36,1% e 25,6% pertencem à Petrobras e outros acionistas, respectivamente.
Contudo, Pedro Soares e equipe de analistas do BTG avaliam que a Petrobras pode representar um
risco para o negócio e os acionistas minoritários da companhia “podem não capturar nenhum upside”.
Isso porque uma mudança de controle na Braskem desencadearia direitos de tag along para os acionistas minoritários, que é a oportunidade desses investidores venderem suas participações e receberem, no mínimo, 80% do valor que é oferecido aos majoritários.
Contudo, os analistas do BTG avaliam que a atual postura da Petrobras de “reacender o modo crescimento” pode fazer com que ela exerça seu “direito de preferência e cubra a oferta da Apollo/Adnoc”.
Nesse caso, “acreditamos que a oferta seria apenas para comprar a participação da Novonor”, pontua o BTG. Portanto, sem uma mudança de controle, a operação não incluiria direitos de tag along para acionistas minoritários de ações preferenciais.