Como a Netflix passou de uma locadora de esquina para uma das maiores produtoras do mundo?
“O jeito mais fácil de alugar um DVD” foi uma das primeiras mensagens que a Netflix apostou em seu site para conquistar seu espaço e público. Nesta segunda-feira (29), a companhia completa seus 25 anos, marcados por momentos de ascensão, hegemonia e fortes concorrentes entrando no mercado de streaming.
Em 29 de agosto de 1997, quando a Netflix foi fundada, o serviço que seria oferecido era o de aluguel de DVDs de forma online. Ou seja, o usuário entrava no site, selecionava o título e o recebia por correio em casa.
Com isso, a primeira inovação da empresa foi a de simplificar o processo de locação, sem a necessidade dos consumidores irem até à locadora, enfrentarem filas e, por vezes, o título não estar disponível. Além disso, a fonte de receita não estava atrelada a aplicação de multas pelo atraso na devolução, mas sim, a fidelidade do cliente.
O primeiro site foi ao ar em 1998, com um layout bem diferente do que conhecemos atualmente. Confira:
Em 2022, completando seus 25 anos, a companhia se consolidou no streaming, investe em suas produções originais e possui estúdios próprios.
Entretanto, o cenário atual é composto por grandes nomes no mercado que batem de frente com a Netflix, e que impactam na situação de perda de assinantes e medidas que a empresa tem anunciado para o futuro.
Entrada no streaming
A entrada no streaming ocorreu em 2007, com início nos EUA, Canadá e América Latina. Aqui no Brasil, o serviço chegou apenas em setembro de 2011.
Nesta época, o YouTube já era presente por aqui, portanto, assistir vídeos pela internet já não era uma novidade.
Contudo, ao reunir títulos de filmes e séries, como uma locadora digital, e a ascensão da tecnologia e smartphone impulsionaram a consolidação da plataforma de streaming entre o público brasileiro — e grandes concorrentes ainda não eram pedras no sapato da Netflix.
O site de 2009 para 2010 mostra a transição do aluguel de DVDs para a consolidação da plataforma com foco no streaming.
Em 2009, o site oferecia apenas o aluguel, enquanto em 2010, havia ambas opções disponíveis.
As pedras no sapato da Netflix
Ao longo de duas décadas e meia de história, pedras no sapato surgiram e impactaram a companhia.
Com a expansão do streaming, plataformas como Disney Plus, Amazon Prime Video, Globoplay, Paramount Plus, HBO Max, entre muitas outras, criaram uma concorrência que quebrou a hegemonia da plataforma.
O resultado disso foi a perda de quase 1 milhão de assinantes entre abril e junho de 2022, conforme divulgado pela empresa. Apesar do número expressivo, o resultado foi melhor que a expectativa de perda de 2 bilhões de assinantes.
Em carta para os acionistas, a companhia afirmou que examinou a queda nas assinaturas e que o movimento foi atribuído a uma série de fatores, incluindo compartilhamento de senhas, competição e crise econômica.
Apesar disso, a Netflix continua sendo o maior serviço de streaming de vídeo do mundo, com quase 221 milhões de assinantes.
Expectativas para o futuro
Para o futuro, a Netflix tem planos de assinatura com anúncios, que visam reduzir o valor do plano — hoje, o mais simples custa R$ 25,90.
Em julho, foi anunciada parceria com a Microsoft para estes planos. A Netflix afirmou que a empresa provou sua habilidade em apoiar suas necessidades de anúncios e ofereceu flexibilidade para inovação ao longo do tempo, tanto em questões tecnológicas quanto de vendas.
“É muito cedo e temos muito o que trabalhar. Mas nosso objetivo de longo prazo é claro. Mais opções para os consumidores e uma experiência de marca de TV premium e melhor do que linear para os anunciantes”, disse o COO da Netflix, Greg Peters, em nota. “Estamos empolgados em trabalhar com a Microsoft enquanto damos vida a esse novo serviço.”
Além disso, a cobrança pelo compartilhamento de senhas já está sendo aplicadas em alguns países da América Latina, a fim de evitar que uma assinatura seja compartilhada entre diversas pessoas.
Em relação às assinaturas e crescimento da empresa, a Netflix compartilhou suas estimativas para o terceiro trimestre do ano, com projeção de crescimento trimestral de 4,5% na base de assinantes.
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