Como a Kepler Weber (KEPL3) pode ser uma das soluções para o déficit de armazenagem do Brasil?
Nesta semana, o Agro Times ouviu com exclusividade Paulo Polezi, CFO e diretor de relações com investidores da Kepler Weber (KEPL3), líder em equipamentos e soluções para o pós-colheita de grãos na América Latina e maior produtora de silos para grãos do Brasil.
Apesar da força do agronegócio, o produtor rural do Brasil convive com um cenário desafiador no que se refere a armazenagem.
Segundo dados da Esalq-Log, 61% dos produtores rurais do Brasil não contam com estruturas para armazenar os seus grãos dentro de sua propriedade.
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Na visão de Polezi, o Brasil ganha uma “Ucrânia” por safra, em termos de volumes de grãos, já que safra 2022/2023 do país cresceu 17,4% (47,4 milhões de toneladas), totalizando 320,1 milhões de toneladas.
“Esse acréscimo representa toda a produção de grãos ucraniana, algo muito expressivo, e a armazenagem não acompanha o desenvolvimento do agro, sendo que armazenamos apenas 13% dos nossos grãos na origem, contra 40% da Argentina, o que resulta em muitas perdas financeiras ao Brasil”, analisa.
O CFO ressalta que a falta de armazenagem resulta em falta de flexibilidade na hora de comercializar a produção e problemas na contratação do frete.
Os entraves para a armazenagem no Brasil
Quando perguntado sobre os desafios macroeconômicos para Kepler, que fogem do controle da companhia, Polezi foi categórico ao citar os juros elevados e baixos recursos para armazenagem.
“Apesar do Brasil contar com o Plano Safra, que inclui o Programa de Construção de Armazéns (PCA), que oferece linhas de financiamento de longo prazo, com juros subsidiados entre 7% – 8,5%, ainda contamos com um volume de recursos insuficientes e que acaba rápido. Precisamos de uma maior oferta de créditos, vimos produtores armazenando grãos a céu aberto, o que gera muitos prejuízos”, discorre.
Por fim, o CFO ressalta que a empresa conta com um Fiagro junto ao BNDES e BTG Pactual que ajuda no financiamento ao produtor rural como complemento ao Plano Safra.
“Parafraseando o novo presidente da John Deere, que disse que essa é a super década do agronegócio, essa é na verdade a super década da armazenagem”, conclui.
Confira a entrevista na íntegra: