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Como a chinesa Shein impactou o varejo de moda no Brasil

04 mar 2022, 14:43 - atualizado em 04 mar 2022, 14:43
A expectativa da produção da Shein no Brasil aumenta o alcance da varejista e movimenta o setor de moda (Imagem: Shein)

Desde que a Shein se popularizou no Brasil, o Instagram e o TikTok foram tomados pela tendência de vídeos e postagens sobre as “comprinhas da Shein”, tornando a fast-fashion chinesa uma grande conhecida no país. 

No início, a grande questão era se a Shein era confiável, se os produtos realmente chegavam e se tinham qualidade. Não demorou para que diversas resenhas de influenciadores grandes e pequenos garantissem a confiabilidade do e-commerce e para que a loja caísse no gosto dos brasileiros.

Preços atrativos, peças populares e acessíveis a diversos corpos são alguns dos aspectos que tornaram a loja uma queridinha no bolso do brasileiro, que já utiliza outros aplicativos asiáticos — como a Shopee e o AliExpress — para fazer compras.

O crescimento da Shein é proporcional ao seu impacto no varejo de moda brasileira.

Em 2021, foi o aplicativo mais baixado no mercado de moda no Brasil, com mais de 23 milhões de downloads, superando outras grandes empresas como Renner(LREN3), C&A (CEAB3), Marisa (AMAR3) e Arezzo(ARZZ3).

Além disso, já fatura mais de R$ 2 bilhões no mercado brasileiro. 

Com um cenário promissor, a Shein quer trazer sua produção para o Brasil, com a ajuda de parceiros locais.

Se tudo der certo, será possível reduzir o tempo de entrega dos pedidos aos clientes, que leva em torno de 30 dias devido ao processo de importação, além de reduzir o risco de taxação dos produtos.

Com isso, a chinesa dá um recado: as varejistas brasileiras que lutem. 

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Impactos no varejo de moda 

O crescimento da Shein e a expectativa de uma operação no Brasil movimenta o setor e leva outras grandes marcas a pensar em como lidar com a concorrência. 

A Shein acompanha as tendências e movimenta a indústria de fast-fashion com agilidade e baixos custos, contudo, por vezes a rapidez é comprometida pelo tempo de entrega.

Com a produção brasileira, este seria um ponto corrigido e capaz de aumentar a adesão da empresa. 

A varejista também ataca a concorrência com seus cupons de desconto, frete grátis acima de R$ 49,90, ações com micro influenciadores e presença forte nas redes sociais. Pontos essenciais para alguns consumidores, principalmente para integrantes da geração Z.

Com a presença no Brasil, é esperado um impacto na velocidade do fast-fashion, bem como nas estratégias que demais varejistas de moda vão adotar para se manter no mercado.  Porém, há também o debate em torno da sustentabilidade, principalmente com o impacto da indústria têxtil em questões ambientais. 

Transparência nos meios de produção

Os consumidores consideram diversos pontos como positivos para a Shein. Mas, ao mesmo tempo, a varejista também está envolvida em uma série de polêmicas, que levantam o questionamento sobre a transparência dos meios de produção aqui no Brasil. 

A empresa já esteve no centro de acusações sobre o uso de mão de obra análoga à escravidão e também envolvida em acusações de apologia ao nazismo, quando vendeu colares com um símbolo que remetia à suástica.