Comprar ou vender?

Como a Ambev (ABEV3) ganha com a recuperação judicial do Grupo Petrópolis? Hora de comprar?

28 mar 2023, 15:14 - atualizado em 28 mar 2023, 16:11
Ambev, ações, dividendos
As ações da Ambev avançam 6% no pregão, na esteira do pedido de recuperação judicial da sua concorrente  (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

As ações da Ambev (ABEV3) disparam nesta terça-feira (28). Por volta das 15h05, a ação saltava 6%, a R$ 14,84. No mesmo horário, o Ibovespa subia 1,52%

Conforme explica Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, o movimento dos ativos acontece na esteira da notícia de que o Grupo Petrópolis entrou com um pedido de recuperação judicial.

O Grupo é concorrente da Ambev e dono das marcas das cervejas Itaipava e Petra. Segundo Lauro Jardim, na sua coluna em O Globo, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, em caráter de urgência.

O Grupo Petrópolis afirma dever cerca de R$ 2,2 bilhões e pede que os bancos SantanderDaycovalBMGSofisa e o fundo Siena sejam obrigados a liberar valores mantidos nas contas do grupo, sem retê-los ante ao pedido de RJ.

Fernando Ferrer explica que o momento atual é difícil para o mercado das cervejarias. “Temos um mercado com bastante competição entre os grandes players”, coloca.

Por isso, o analista avalia que a recuperação judicial de uma dessas empresas grandes significa menores investimentos e menor aumento de capacidade por parte do Grupo Petrópolis.

Consequentemente, há uma maior facilidade para outros players, como é o caso da Ambev, que possui mais de 65% de participação de mercado, “abocanhar essa participação da Petrópolis que está mais fragilizada”.

Hora de comprar?

Apesar do contexto oportuno para a Ambev, o analista da Empiricus não alterou sua avaliação sobre as ações da companhia.

“Ainda existe uma dificuldade de crescimento de volumes, em função do consumo per capta no Brasil já ser alto, além de um cenário macroeconômico desafiador”, explica.

Ferrer avalia que a cervejaria terá uma dificuldade de repassar preços e também deve enfrentar os desafios de uma eventual reforma tributária.

“Diante desses fatores, mantemos a recomendação de venda do papel”, afirma o analista.

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