Como a ação da Rumo pode avançar com volumes de grãos menores?
Os efeitos da safra de milho menor já respingam nas operações da Rumo (RAIL3), empresa responsável pelo transporte de 26% do volume de grãos exportados pelo Brasil, à medida que foi registrada queda no volume de grãos transportados em agosto na comparação anual.
Analistas do Credit Suisse explicam que a baixa operacional reportada pela Rumo veio mais cedo do que o esperado pelo banco suíço, conforme relatório obtido pelo Agro Times.
De acordo com os números divulgados pela companhia agro na véspera (14), após o fechamento do mercado, trata-se da primeira queda no volume de transporte de grãos desde janeiro, quando a colheita de soja estava atrasada, e houve recuo de 7% na comparação anual.
“A safra de milho brasileira deste ano deve ser significativamente menor que a de 2020, devido às condições climáticas na região, então menores volumes já eram esperados pelo mercado. Entretanto, projetávamos que o maior impacto à Rumo só chegaria na reta final de 2021, e não no 3° trimestre”, ponderam os especialistas Regis Cardoso, Henrique Simões e Alejandro Zamacona.
O aperto nos volumes em agosto — contração de 30% no intervalo de um ano — potencializa preocupações quanto ao tamanho e ao tempo do revés nos volumes da companhia logísitca.
Como solução, o trio de analistas explica que a Rumo readequou suas cargas para aproveitar os espaços vazios em seus vagões de trens. Outras mercadorias agrícolas, contêineres e materiais industriais registraram crescimento de volume no mês passado — 28%, 24% e 17%, respectivamente.
A mudança no mix de transporte da Rumo pode alavancar os retornos da companhia, especialmente no último trimestre do ano, quando a demanda menor for um incentivo a menores preços para atrair volumes.
O Credit Suisse tem recomendação outperform (desempenho acima do mercado ou compra) para a ação da Rumo, com preço-alvo a R$ 25 por papel.
Entrevista: como investir em agro em 2021?
O Money Times conversou com Jojo Waschmann, CIO da Vitreo, para entender qual é a melhor maneira de investir em um setor que não para de crescer no Brasil: o agronegócio.
Com grande destaque no país, muitos se perguntam como é possível ganhar dinheiro com commodities agrícolas, sem ter que colocar as próprias mãos na terra.
Sabendo disso, a gestora está lançando o Vitreo Agro, com administração do BTG Pactual, que é o primeiro fundo multimercado de agronegócio do Brasil. Nele, o valor mínimo de investimentos é de R$ 100.
De acordo com Waschmann, a taxa de administração do fundo é de apenas 0,9%, ou seja, a cada R$ 1 mil investidos, você paga apenas R$ 9.
E a taxa de performance é de 10% sobre o resultado positivo que exceder 100% do CDI, o seu benchmark.