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Como 5 mudanças vão afetar as incorporadoras até 2020

12 nov 2019, 16:43 - atualizado em 12 nov 2019, 16:43
Entre prós e contras, o BTG Pactual mantém o otimismo com o setor de construção civil (Imagem: Divulgação)

Nas últimas semanas, as incorporadoras viram-se às voltas com diversos anúncios de mudanças em regras e programas que podem mexer profundamente com seus negócios. Os dois principais alvos foram o programa Minha Casa, Minha Vida, e o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

O BTG Pactual analisou cinco mudanças em discussão no FGTS e no Minha Casa e seus eventuais efeitos sobre as incorporadoras e construtoras listadas na Bolsa de Valores brasileira. Confira, abaixo, as conclusões do banco de investimentos:

-1. Mudanças nas regras do FGTS: três alterações propostas pela Medida Provisória 889, aprovada pela Câmara e encaminhada para o Senado, teriam grande repercussão no Minha Casa, Minha Vida: o aumento do saque único de contas de R$ 500 para R$ 998; o fim da multa de 10% sobre demissões sem justa causa e a redução dos subsídios para crédito a famílias de baixa renda.

Segundo o BTG Pactual, a retirada da multa do FGTS causará um impacto no total de recursos disponíveis para o crédito imobiliário; e o corte dos subsídios restringirá o acesso de famílias de baixa renda ao Minha Casa.

Contudo, o banco aposta que as turbulências ocorrerão apenas no curto prazo. Passada a fase de adaptação, o BTG Pactual vê boas possibilidades para as empresas. “Ainda acreditamos que o setor performará bem, após a turbulência, e as companhias listadas ganharão participação de mercado no programa [Minha Casa]”, afirma o banco, em relatório.

-2. Problemas na liberação dos recursos do Minha Casa: até agora, foram liberados 83% do orçamento do programa previsto para 2019, ou R$ 45 bilhões. Em agosto e setembro, as incorporadoras e os clientes reclamaram de dificuldades para obter o dinheiro. O governo afirma que está resolvendo a situação.

Custo menor do financiamento imobiliário também ajudará o setor, segundo o BTG (Imagem: Divulgação)

Para o BTG, trata-se de um problema passageiro, que não compromete a atratividade dos papéis das companhias. Passado o susto de curto prazo, o banco acredita que elas continuarão interessantes, do ponto de vista de valuation.

-3. Corte na taxa de financiamento imobiliário: após a última queda da Selic, três bancos reduziram suas taxas para a venda de imóveis.

O BTG calcula que o custo total do financiamento pode cair entre 8% e 9% para cada corte de 100 pontos-base nas taxas de crédito. Isso pode, efetivamente, contribuir para a aceleração das vendas e para a recuperação dos valores dos imóveis, que ainda estão 25% abaixo da média histórica.

-4. Forte aumento no crédito imobiliário: a Abecip, que representa as instituições de financiamento de imóveis, informou que as operações cresceram 38% em setembro, em relação a um ano antes.

O BTG espera que uma recuperação mais intensa do mercado imobiliário entre 2019 e 2020, sustentada pelo barateamento do crédito e pela maior oferta de recursos.

-5. Aumento do número de licenças para construção: apenas no terceiro trimestre, a cidade de São Paulo concedeu 59 licenças de construção, o que representa novos empreendimentos.

A tendência é de aceleração dos lançamentos, segundo o BTG Pactual, à medida que as condições de mercado melhorarem.

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