Commodities, varejo, bancos… Veja as 12 melhores ações para investir em 2022, na avaliação da Toro

O investidor brasileiro deve se preparar para um ano turbulento do lado político. A Toro Investimentos destacou que 2022 será marcado pelas eleições presidenciais, que prometem uma forte polarização na disputa entre os candidatos e, consequentemente, dará o tom do mercado de ações.

Na esfera econômica, as preocupações fiscais devem permanecer no radar doméstico. A crescente inflação, bem como o aumento da taxa de juros, também ditará o humor dos investidores.

Como nos últimos anos, a pandemia do coronavírus ainda será foco de atenção dos mercados globais, que seguirão acompanhando de perto o processo de vacinação e o avanço de novas variantes.

Pensamento no longo prazo

A Toro separou 12 ações para o próximo ano, com foco no longo prazo. Segundo a corretora, são papéis que podem ter bons resultados em 2022 – e, possivelmente, nos anos seguintes.

“Investir desta forma significa encontrar empresas com bom potencial de crescimento nos próximos anos ou investir em companhias já consolidadas e com alta distribuição de dividendos“, disse a corretora.

Resiliência dos frigoríficos

As empresas do setor de proteína animal mostraram resiliência em um período difícil para os mercados – em especial, o de renda variável.

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Entre os nomes da indústria, quem mais deve se beneficiar no próximo ano é a JBS (JBSS3). A empresa possui um amplo portfólio de produtos e diversificação geográfica, principais vantagens competitivas no setor. Na avaliação da Toro, a companhia, suportada por uma demanda asiática ainda forte e uma geração de caixa robusta – abrindo espaço a novas aquisições -, continuará sendo o destaque em 2022.

A Marfrig (MRFG3) também seguirá forte no próximo ano, com o diferencial de estar inserida no mercado de carnes vegetais. A aquisição de participação acionária relevante na BRF (BRFS3) agrega ao portfólio da empresa, que busca diversificar seus investimentos em segmentos que possuem complementaridade com as operações.

Ano difícil para varejistas, mas com exceções

Como em 2021, a Toro acredita que 2022 será um ano igualmente desafiador para o setor de varejo. No entanto, alguns nomes podem se consolidar na indústria, impulsionados pelo crescimento de demanda por produtos.

É o caso da Petz (PETZ3), líder do mercado de produtos e serviços para pets no Brasil. No próximo ano, a companhia deve seguir com seu plano de expansão, buscando diversificar as regiões de atuação e consolidar sua estratégia omnichannel.

“Assim como foi ao longo de 2021, a empresa deve continuar com bons resultados para o próximo ano e com a possibilidade de alguma aquisição, que poderá destravar mais valor para as ações”, comentou a Toro.

O segmento de varejo alimentar deve se mostrar forte no próximo ano, com boas perspectivas para o Pão de Açúcar (PCAR3), que, além de mostrar um bom processo de desenvolvimento no e-commerce, concluiu a cisão do Assaí (ASAI3) e anunciou uma transação que pode potencializar seu crescimento – a venda dos pontos comerciais da bandeira Extra Hiper ao Assaí.

A Toro também entende que o desconto nas ações da companhia é exagerado, visto que sua nova estrutura apresenta baixo nível de endividamento e métricas de retorno em linha com os pares.

O setor de shopping centers está aproveitando a recuperação gradual da economia. Dentro da indústria, destaque para Iguatemi (IGTI11), que recentemente anunciou seu processo de reorganização societária com a controladora Jereissati Participações. Segundo a corretora, a nova estrutura abre espaço para atração de capital e novas rodadas de investimento.

Caráter defensivo dos bancos

Os bancos são conhecidos pela característica defensiva contra diversos cenários econômicos, incluindo crises.

Segundo a Toro, o BTG Pactual (BPAC11) se mostra como uma boa opção para investir em 2022. A empresa tem apresentado resultados consistentes em suas principais linhas de negócio e está aprofundando sua atuação no segmento de varejo.

“O BTG consegue mostrar uma rentabilidade semelhante à dos grandes bancos, mas com o potencial de crescimento dos bancos digitais”, afirmou o time de análise da corretora.

Na avaliação dos analistas, o BTG se mostra como um bom candidato para surfar a tendência de financial deepening no Brasil.

Entre os bancões, o Banco do Brasil (BBAS3) é a principal escolha da Toro para o próximo ano. A instituição tradicional, que tem se esforçado para reduzir as despesas administrativas, conta com algumas vantagens competitivas, como a ampla base de clientes e a força da marca. Além disso, as ações do BB estão bastante descontadas. A Toro destacou que o ativo negocia abaixo de 1 vez seu valor patrimonial por ação e tem o indicador P/L (preço sobre lucro) muito abaixo dos seus pares.

E as elétricas?

A Toro tem como principal indicação do setor elétrico a Transmissão Paulista (TRPL4). A escolha parte principalmente do portfólio bem distribuído e por bons dividendos.

A companhia também atua no segmento de transmissão, que sofre pouco impacto por riscos hidrológicos e variações de preços, e tem participação ativa em leilões.

Influência das commodities

Apostar em commodities é uma das recomendações da Toro, tendo em vista o peso que alguns ativos têm no mercado.

Em siderurgia, Gerdau (GGBR4) se destaca pela perspectiva favorável para o crescimento da demanda por aço, o que pode levar a um aumento do preço da matéria, consequentemente elevando as margens e a geração de caixa da companhia.

A mineradora escolhida pelos analistas é a Vale (VALE3). Apesar da recente queda do minério de ferro, a companhia ainda é vista como uma boa opção pela qualidade do minério extraído, preço mais elevado no mercado internacional, queda da alavancagem e pagamento robusto de dividendos.

Para o setor de petróleo, as small caps devem brilhar em 2022. A Toro está apostando no histórico de M&A (fusões e aquisições) da 3R Petroleum (RRRP3). Em 2021, a empresa iniciou sua trajetória de operações em águas profundas por meio da aquisição de 62,5% do campo de Papa-Terra.

“Tal aquisição estratégica reafirma a construção de um portfólio consolidado e diversificado”, disse a corretora.

Em saúde, prefira uma novata da Bolsa

A Toro está confiante com a performance da Blau Farmacêutica (BLAU3), que realizou sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) neste ano. Boa parte dos recursos levantados na operação servirá para expandir a capacidade produtiva e verticalizar insumos estratégicos, gerando maior eficiência e flexibilidade operacional.

A Blau está bem posicionada para se beneficiar de perspectivas favoráveis para seu mercado de atuação, como o envelhecimento da população brasileira.

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