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Soja, milho e trigo derretem na primeira metade de 2024; preços vão subir ou cair nos próximos 6 meses?

01 jul 2024, 16:35 - atualizado em 01 jul 2024, 17:32
milho commodities
Menor oferta global, juros e lavouras dos Estados Unidos são algumas questões que devem estar no foco do mercado das commodities  (Imagem: Pixabay)

O primeiro semestre de 2024 foi de queda para commodities agrícolas como milho, soja e trigo, com o clima, boas perspectivas das lavouras, produção, juros nos EUA e dólar no foco do mercado.

Os contratos do trigo com vencimento para setembro 2024 recuaram 10,17% desde janeiro. De junho de 2023 até abril de 2024, os preços engataram uma tendência de queda, que só mudou entre abril e junho pelas notícias de quebra da safra da Rússia e da União Europeia, que provocou uma recuperação.

Para Rafael Silveira, analista de soja na Safras & Mercado, alguns fatores como safra elevada na Argentina, bons números no Brasil, apesar dos problemas climáticos, explicam os movimentos de baixa para a oleaginosa. O contrato com vencimento para agosto recuaram 11,72% de janeiro até aqui. O milho, por sua vez, viu seu contrato futuro com vencimento para setembro tombar 18,5% desde janeiro.

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2º semestre deve representar ganhos para commodities?

Para Allan Maia, da Safras & Mercado, os últimos dados de lavouras dos Estados Unidos apontam mais para manutenção do cenário de baixa nos preços do milho. “A área plantada nos EUA veio acima das expectativas e as projeções indicam bons volumes. Nas próxima semanas, o foco deve ficar por conta do clima nas lavouras e o fluxo de exportação norte-americanas. Por enquanto, as projeções são mais para baixa do que alta”, comenta.

Em termos de fundamentos, o analista da Safras & Mercado, Elcio Bento, ressalta que há uma menor oferta global do trigo. “No entanto, para os próximos meses, existe uma tendência de baixa, pela entrada da safra do Hemisfério Norte. Por outro lado, ao longo do  ano comercial e mais para o fim de 2024, a expectativa é de uma recuperação dos preços, acima dos patamares atuais”, vê.

Bento comenta que os juros norte-americanos mais altos resultam em uma redução nos investimentos de risco, como é o caso das commodities agrícolas. “Numa eventual redução da taxa de juros, podemos ter um retorno especulador positivo para commodities, entre elas o trigo, justamente pela menor safra global”, completa.

Para o segundo semestre, às atenções do mercado de soja se voltam para safra dos Estados Unidos, com área maior comparada ao ano passado, boas condições nas lavouras e uma produção estimada acima de 120 milhões de toneladas.

“Até o momento, permanecemos com um viés de queda no preço da soja. Obviamente, há incertezas relacionadas ao clima que podem mudar a situação. Contudo, neste momento, não há preocupações excessivas em relação a isso”, explica Silveira.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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