Internacional

Commodities importadas de Ucrânia e Rússia chegam ao Brasil 50% mais caras

01 dez 2022, 13:34 - atualizado em 01 dez 2022, 13:40
Ucrânia
Commodities da Ucrânia sobem 50% no primeiro semestre de 2022 (Imagem: Radio Free Europe/Radio Liberty/Serhii Nuzhnenko via REUTERS)

Um estudo levantado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que o preço de sete insumos importados da Ucrânia tiveram um sobressalto de 51% no primeiro semestre de 2022.

A cesta de produtos é constituída fundamentalmente de commodities como petróleo, hulhas, adubos potássicos, adubos nitrogenados, outros tipos de adubos, trigo e alumínio.

A CNI lembra que as importações brasileiras já vinham ficando mais caras como consequência da pandemia de covid-19. Nesse sentido, o conflito no Leste Europeu, ao tornar dificultada a produção e o seu escoamento, age como um catalisador da inflação desses insumos.

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Produtos correspondem a 15% das importações brasileiras de Ucrânia e Rússia

A presença de um solo altamente fértil na extensa planície que une Ucrânia à parte europeia da Rússia confere a ambos países uma posição destacada na exportação de produtos agrícolas e metálicos. Segundo o estudo da CNI, o conflito gera impacto direto nos preços de 21 produtos comercializados globalmente.

Em 2021, essas duas dezenas de produtos responderam por cerca de 15% das importações brasileiras vindas de Rússia e Ucrânia.

Esse montante representa a maior fração de importação entre os países da América Latina que compõem o grupo das 20 maiores economias do mundo, em uma evidência direta da importância dos insumos agrícolas e metálicos para a economia agroexportadora do Brasil.

A CNI mostra que, entre 2017 a 2021, o país ficou em quinta posição no ranking de dependência direta de importações vindas dos países em conflito, atrás somente da Turquia, União Europeia, China e Arábia Saudita.

Acordos de escoamento da Ucrânia são incertos

Habilitado em julho como forma de aliviar a explosão da fome global em 2022, o acordo mediado pela Organização das Nações Unidas para a exportação de grãos tem sofrido com os desdobramentos de conflito.

Ainda na semana passada, as partes conflagradas trocaram acusações sobre a demora de inspeções de navios. Desde o dia 19 de novembro, poucos navios carregados têm partido dos portos ucranianos, refletindo incertezas sobre a extensão do acordo.

Desde o início do acordo, em julho, quase 12 milhões de toneladas de grãos e alimentos foram exportados a bordo de 491 navios. Mas os movimentos desaceleraram este mês, em parte devido à incerteza entre os transportadores e seguradoras sobre se a Rússia concordaria em estender o acordo.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
jorge.fofano@moneytimes.com.br
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.