Futuros da soja, milho e trigo tombam em reação aos dados do USDA; pressão de baixa deve perdurar?
Os contratos futuros da soja, milho e trigo recuavam por volta de 14h30, em uma reação do mercado ao último relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O contrato para setembro do trigo tombava 3,22%, em US$ 5,33, enquanto a soja agosto recuava 2,24%, em US$ 10,80, e o milho dezembro caía 2,17%, aos US$ 4,05.
Segundo Allan Maia, analista de milho na Safras & Mercado, o recuo para commodity se dá pelos números baixistas do USDA, com expectativas de uma safra elevada dos EUA. “Apesar dos estoques finais do país, que vieram levemente abaixo do esperado pelo mercado, os volumes seguem confortáveis e os fatores baixistas seguem predominando, ainda que o mercado siga de olho na evolução das lavouras”, diz.
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O USDA prevê que a safra de milho 2024/25 será a terceira maior da história dos EUA e disse que os estoques finais de milho ainda serão os maiores em seis anos a partir de setembro de 2025.
Segundo o analista de trigo da Safras, Elcio Bento, os contratos do cereal operam nos níveis mais baixos da temporada por uma série de fatores:
- Avanço rápido da colheita nos EUA, o que pressiona os preços
- Relatório do USDA aponta para uma boa safra, com estoques em 23,3 milhões de toneladas, bem acima da previsão de 20,6 milhões de toneladas
- Aumento da produção internacional
- Melhora do clima nos EUA e Canadá
- Expectativa futura aponta para pressão no curto prazo devido à continuidade da colheita nos EUA e à disponibilidade de estoques globais elevados
“A percepção é de um relatório baixista pelo USDA. O mercado esperava uma elevação dos estoques, mas ele veio bem acima do esperado. Acho que o grande destaque, ainda que esperado, é de que a área plantada nos EUA não teve alteração, mas a produtividade das lavouras de inverno e primavera surpreendem positivamente, algo que não era visto desde 2020. Estes fatores resumem estes fatores de queda para os preços”, diz Bento.
Quanto a soja, o analista da Safras Rafael Silveira explica que o viés de baixa para a commodity permanece, sem espaço para altas no curto prazo. Fora isso, o clima segue favorável para safra dos EUA, que apesar dos ajustes recentes, deve totalizar 120,7 milhões de toneladas.
“Se confirmada, essa será a segunda maior safra americana de soja, mantendo um cenário apertado para reações altistas na CBOT. Além disso, as projeções indicam um aumento na oferta mundial, resultando em estoques globais confortáveis. Isso é impulsionado pelo potencial produtivo na América do Sul, especialmente no Brasil, que é um dos maiores produtores mundiais da commodity”, vê.