Commodities

Commodities da China sentem efeito de demanda fraca e inflação

09 ago 2021, 7:39 - atualizado em 09 ago 2021, 7:39
Petróleo
As compras de petróleo ficaram abaixo de 10 milhões de barris por dia pelo quarto mês seguido em julho (Imagem: Pixabay/mhouge)

Os preços das matérias-primas chinesas reagiram com perdas depois que os números de importação de julho confirmaram demanda mais fraca por várias commodities, mesmo antes de o país ser atingido pelo aumento de casos de Covid-19 relacionados à variante delta.

As compras de petróleo ficaram abaixo de 10 milhões de barris por dia pelo quarto mês seguido em julho e mostram queda de quase 6% no ano, segundo dados alfandegários divulgados no sábado. Os números foram influenciados por interrupções nos portos devido a um forte tufão no fim do mês.

As importações de cobre e minério de ferro também caíram pelo quarto mês. No caso do minério, as perspectivas para a commodity estão condicionadas aos esforços da China para reduzir a produção de aço e as emissões.

A produção diária de aço da China no final de julho registrou a primeira queda em relação ao ano anterior em 2021, indicando que o objetivo das autoridades de reduzir a oferta finalmente está sendo traduzido em ação pelas usinas. Isso derrubou os preços do minério de ferro, que eliminou todo o ganho deste ano.

Ao mesmo tempo, a inflação nas fábricas no maior comprador de commodities do mundo permanece teimosamente alta, mesmo com a desaceleração do crescimento econômico. Isso é negativo para os preços das matérias-primas em duas frentes.

Por um lado, porque sugere que as autoridades terão pouco incentivo para deixar de lado as medidas de controle dos mercados. Por outro, o banco central terá menos espaço para afrouxar a política e apoiar o crescimento.

O impacto de um surto prolongado relacionado à variante delta é mais difícil de avaliar. O consumo por combustíveis com certeza seria afetado, mas tanto a oferta quanto a demanda por outras commodities também estão sob risco.