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Commodities: coronavírus já mostra impacto nas exportações em março

06 abr 2020, 17:48 - atualizado em 06 abr 2020, 17:48
Navio é carregado com minério de ferro para exportação em São Luís (MA)
Minério de ferro: aumento do consumo na China não foi suficiente para compensar a queda no resto do mundo (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

As exportações brasileiras de commodities já sentiram os primeiros impactos da pandemia de coronavírus em março, sobretudo as de minério de ferro e celulose. É o que indica um relatório do Credit Suisse, ao qual o Money Times teve acesso.

Assinada por Caio Ribeiro e Gabriel Galvão, a análise lembra que o total de minério de ferro exportado recuou 2,1% sobre março de 2019, apesar do aumento dos embarques para a China. Se isso representa a gradual volta dos chineses à normalidade, a queda geral sinaliza que outros países começaram a sofrer com a pandemia recentemente.

As exportações de papel e celulose para a China caíram 27,7%. Segundo o banco suíço, parte do recuo se deve aos elevados estoques nos portos chineses, registrados em fevereiro.

Cautela

Mesmo o aumento de embarques para a Europa, teoricamente, uma boa notícia, é visto com ressalvas. Isto porque, o Credit Suisse o atribui a uma possível corrida dos fabricantes de papel europeus para elevar seus estoques, com medo da quarentena do coronavírus. O mesmo estaria ocorrendo com os consumidores, que vêm estocando papel higiênico.

No mercado siderúrgico, as exportações de aços planos (usados, entre outros, em automóveis e eletrodomésticos) saltaram 131% na comparação de março com o mesmo mês de 2019. Em contrapartida, o consumo de aços longo (usados na construção civil, por exemplo) caiu 1,9%.

Os analistas também chamam a atenção para a queda das importações de aço pelo Brasil. “Em nossa opinião, a demanda doméstica no Brasil já é afetada significativamente pela eclosão do Covid-19”, afirmam os analistas do Credit Suisse.