Comitê da Americanas para caso contábil não tem prazo para relatório
O comitê independente encarregado de apurar as inconsistências contábeis da Americanas (AMER3) não tem prazo para apresentar um relatório, disse nesta quarta-feira o advogado Otávio Yazbek.
“É um caso super complexo, que é tornado mais complexo de ambiente de litigiosidade que existe”, disse Yazbek a jornalistas após participar de painel durante evento anual do Credit Suisse com investidores.
Yazbek, junto com Vanessa Claro Lopes e Pedro Melo, compõem o comitê contratado pela Americanas para apurar as falhas contábeis e de governança que permitiram um rombo de 20 bilhões de reais que levou a varejista à recuperação judicial no mês passado.
O advogado disse que o comitê contratou o escritório de advocacia Maeda, Ayres & Sarubbi, especializado em compliance e em investigações para ajudar nos trabalhos.
Segundo Yazbek, um relatório será apresentado primeiramente para a Americanas, mas poderá ser compartilhado com autoridades regulatórias, se a empresa autorizar.
O advogado, ex-diretor da CVM, rebateu acusações de que não teria a isenção necessária para o trabalho, uma vez que ele já teve a Americanas como cliente.
Após a constituição do comitê, o Bradesco, que é um dos maiores credores da Americanas, afirmou que o comitê não tinha isenção para cuidar do caso, uma vez que pelo menos dois dos três membros do órgão “guardam interesse, em maior ou menor grau, com o desfecho da investigação”.
Sem citar nomes, Yazbek afirmou que esse posicionamento está “mais ligado a uma postura belicosa” da instituição credora da Americanas.