Economia

Comissão Mista de Orçamento aprova bloqueio de verbas para 11 obras em 2019

14 dez 2018, 8:49 - atualizado em 14 dez 2018, 8:51
(Agência Senado)

Comissão Mista de Orçamento aprovou nesta quinta-feira (13) um relatório que determina o bloqueio de recursos, em 2019, para 11 empreendimentos construídos, no todo ou em parte, com recursos federais.

O relatório foi elaborado pelo Comitê de Avaliação das Informações sobre Obras e Serviços com Indícios de Irregularidades (COI), que integra a comissão. O COI é coordenado pelo deputado Covatti Filho (PP-RS). O parecer foi lido na comissão pelo deputado Izalci Lucas (PSDB-DF).

Os empreendimentos foram flagrados em auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontaram problemas como indícios de superfaturamento, sobrepreço, projeto deficiente e restrição à competitividade da licitação. No jargão da corte, as obras são identificadas pela sigla IGP. A lei orçamentária possui um anexo específico (Anexo 6) listando as obras com IGP. Elas não podem ser executadas enquanto não forem sanados os problemas apontados pelo tribunal.

Agência Câmara

Em termos práticos, a inclusão de um projeto no Anexo 6 não significa a paralisação do canteiro de obras. Depende de cada caso. É comum um projeto de grande porte envolver várias licitações, cada uma gerando contratos específicos. Os contratos que não estiverem no anexo podem ser executados normalmente. É o caso, por exemplo, da obra na BR-040, no Rio de Janeiro. O TCU questiona um termo aditivo, que o COI recomendou bloquear. Mas o contrato principal da obra não foi afetado, e pode ser executado normalmente em 2019.

Anexo
Das 11 obras, seis já estão no Anexo 6 da lei orçamentária deste ano – ou seja, elas começaram 2018 com recursos bloqueados: implantação do BRT em Palmas (TO); trechos 1 e 2 do corredor de ônibus Radial Leste, na cidade de São Paulo; implantação de novo trecho da BR-040 para a subida da Serra de Petrópolis (RJ); ampliação da capacidade da BR-290, no trecho Porto Alegre-Osório (RS); e construção da Ferrovia Transnordestina.

Casos graves
Entre as obras indicadas pelo COI para integrar o anexo da lei orçamentária de 2019, duas chamaram atenção: a construção da Ferrovia Transnordestina e a adequação de trecho da BR-116 (BA).

O comitê determinou o bloqueio de qualquer recurso, a qualquer título, para a ferrovia, e não apenas nos contratos fiscalizados pelo TCU. Segundo a corte, mesmo tendo gasto mais de R$ 5,7 bilhões de recursos públicos desde 2006, a concessionária responsável pela Transnordestina não conseguiu executar mais de metade das obras, não dispõe de projeto adequado nem de orçamento confiável para a sua conclusão.

No caso da BR-116, o comitê afirma que o dano vai além da questão econômica, pois há possibilidade de o trecho em execução colocar em risco a vida dos motoristas e passageiros pela baixa qualidade do serviço realizado.

Indicações ao governo
Além do bloqueio de recursos, o parecer do COI traz duas recomendações endereçadas ao governo. A primeira reitera a necessidade de colocar no ar o cadastro geral de obras federais, que está sendo desenvolvido pelo Ministério do Planejamento.

O comitê avalia que o cadastro representa medida “cada vez mais imprescindível à probidade e eficiência da gestão dos investimentos públicos federais”. O cadastro será um banco de dados eletrônicos com informações on-line sobre todas as obras executadas com recursos federais, da licitação à conclusão.

O COI também recomendou ao governo que reavalie a capacidade técnica do Ministério das Cidades para examinar e fiscalizar os projetos de mobilidade urbana financiados com recursos federais. Das 11 obras que ficarão sem recursos em 2019, cinco são do ministério. Para o comitê, a pasta tem um número limitado de técnicos para acompanhar os projetos de sua responsabilidade.

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