Comissão do Congresso convida Anvisa e Butantan para audiência sexta-feira sobre CovonaVac
A comissão mista do Congresso Nacional que acompanha ações relacionadas à crise do coronavírus aprovou nesta quarta-feira convites a dirigentes da Anvisa e do Instituto Butantan, para audiência sobre a suspensão dos testes com a vacina CoronaVac, e ainda ao diretor-geral da Aneel para falar sobre a situação do Amapá, atingido por um blecaute há mais de uma semana.
A ideia é que as audiências públicas possam ser realizadas ainda na sexta-feira desta semana. Foram convidados o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, o presidente do Instituto, que promove os testes da vacina da chinesa Sinovac no Brasil, Dimas Covas, e ainda o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone.
“Todos os dois são urgentes –todos são urgentes”, disse o presidente da comissão, senador Confúcio Moura (MDB-RO).
“Vamos fazer uma audiência só. Sexta-feira. Primeiro tempo, uma, que é essa da Anvisa, sobre as vacinas, com tempo determinado, enxuto, e, logo a seguir, entra o outro. Aí nós já matamos, numa só pancada, os dois temas urgentes no Brasil que nos afligem, indiferentemente, a todos nos”, explicou.
Após determinar a interrupção dos testes da vacina chinesa desenvolvida pela Sinovac em pareceria com o Butantan, na noite da segunda-feira, a Anvisa autorizou, nesta quarta-feira, a retomada do estudo clínico.
A suspensão dos testes ocorreu diante da informação de evento adverso grave, sem detalhes sobre sua natureza. Na terça, após reunião com o Butantan, a Anvisa decidiu manter a suspensão, apesar de o instituto negar que o episódio com um voluntário tivesse relação com a vacina.
Parlamentares reagiram na terça pela manhã e também à reação do presidente Jair Bolsonaro, que encarou a suspensão como uma vitória pessoal. Para deputados e senadores, há politização do tema.
No fim do dia, o presidente disse torcer para que seja encontrada imunização eficaz contra a Covid-19 e criticou o que chamou de “vacina a toque de caixa”.
O Amapá, por outro lado, ainda sofre com blecaute iniciado há mais de uma semana. Relatos apontam clima tenso no Estado, alta de preços de itens básicos e protestos de moradores.
O problema teve origem em um incêndio em uma subestação que danificou transformadores. A unidade, no entanto, operava com um transformador reserva em manutenção desde o final do ano passado, segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que classificou a demora para restabelecer totalmente a energia no Amapá como “inadmissível”.