Política

Comissão da Câmara convida ministro da Defesa para explicar não punição de Pazuello

09 jun 2021, 20:52 - atualizado em 09 jun 2021, 20:52
Pazuello Bolsonaro
Tanto Pazuello quanto Bolsonaro não utilizavam máscaras de proteção e havia concentração de apoiadores (Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Uma comissão da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira um convite para que o ministro da Defesa, Braga Netto, preste esclarecimentos acerca da decisão da cúpula do Exército de não punir o ex-ministro da Saúde e general da ativa Eduardo Pazuello por participar de uma manifestação política com o presidente Jair Bolsonaro, no último dia 23 no Rio de Janeiro.

Inicialmente a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle tinha aprovado uma convocação de Braga Netto quando a autoridade é obrigada a comparecer, mas o pedido foi transformado para um convite, quando a presença é facultativa.

O Exército é uma das três Forças Armadas subordinadas ao ministro da Defesa.

Na semana passada, o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, considerou que a presença de Pazuello no ato com Bolsonaro não configurou uma prática de transgressão disciplinar e decidiu arquivar o procedimento administrativo contra o colega, informou nota do Exército.

Pazuello tinha participado, ao lado de Bolsonaro, de evento com apoiadores e chegou a fazer discurso ao microfone. Regulamento disciplinar do Exército considera transgressão a manifestação de militares da ativa a respeito de assuntos de natureza político-partidária.

Em um sinal de tentar blindá-lo, Bolsonaro nomeou Pazuello secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, semanas após substituí-lo como ministro da Saúde durante uma onda mortal da Covid-19 no Brasil.

O evento com Bolsonaro ocorreu no fim de maio, pouco depois de depoimento do ex-ministro à CPI da Covid do Senado que apura a gestão federal no combate à pandemia, em especial no Amazonas, Estado mais atingido pela doença, além de possíveis irregularidades em repasses de recursos da União a entes federativos.

Tanto Pazuello quanto Bolsonaro não utilizavam máscaras de proteção e havia concentração de apoiadores.